Cálice

  • Museu: Museu Nacional de Arte Antiga
  • Nº de Inventário: 110 Our
  • Super Categoria: Arte
  • Categoria: Ourivesaria
  • Autor: Autor desconhecido (Ourives)
  • Datação: Século 15
  • Técnica: Fundida, cinzelada, relevada, incisa e parcialmente esmaltada e dourada
  • Dimensões (cm): Alt. 25,5 x Diâm. base 185; copa 125
  • Descrição: Cálice em prata dourada polilobulada e recortada, alteada por gradinha vazada e cercadura perlada. A face superior desta base é moldurada por torsais e elevada na sua ligação à haste, apresentando decoração de motivos vegetalistas relevados de alcachofras em botão e em flor. Diametralmente opostas, alternam-se-se duas reservas com figuração incisa , vestígios de esmalte e elementos vegetalistas. Numa das reservas observa-se um calvário ( Cristo na Cruz, ladeado pela Virgem, S.João, a lua e o sol), e no outro a figura de um Pofeta segurando uma filactera com uma inscrição em caractéres góticos. A haste, sextavada, apresenta janelões góticos mainelados e é sobrepujada por um nó ,também sextavado, encastelado em dois registos, com uma balaustrada de merlões truncados e pequenos torreões no ângulos. As faces deste registo são preenchidas por janelões góticos mainelados e flamejantes, separados por contrafortes. Esta estrutura assenta sobre um corpo tronco piramidal truncado e invertido com decoração vegetalista relevada e denteado nos ângulos. A copa em câmpanula, tem na face exterior uma banda a todo o perímetro, com uma inscrição em negativo em caractéres góticos. Sobre esta surge uma pequena cruz de David, incisa, na qual se inscreve o nome de Deus em hebraico. A falsa copa é decorada por uma série de arcos ultrapassados, alternando nos seus ângulos alcachofras em flor e fechadas e limitada no bordo superior por um festão de folhas de louro. Três tintinábulos estão suspensos da falsa copa por argolas .
  • Origem/Historial: A proveniência deste cálice encontra-se dada nos arquivos do Museu como de "um convento de Almodôvar". A identificação mais precisa parece não oferecer dificulades, dado que o único convento de Almodôvar era o de Nossa Senhora da Conceição, da Terceira Ordem de S. Francisco, do qual foi recolhido um cálice para a Casa da Moeda, tendo passado daí para a Academia das Belas Artes e posteriormente para o Museu. Contudo, a primitiva proveniência deste cálice foi certamente outra, dado que se trata do uma obra do princípio do século XVI e o referido convento foi fundado apenas no século XVII, em 1680 por Frei José Envangelista. A tipologia do cálice, com a sua copa cónica, bastante aberta, o nó arquitectural, mas muito condensado, o alrgamento pronunciado do pé, e a própria técnica dos esmaltes, enviam-nos para um universo formal diferente do português. Trata-se provavelmente de uma obra catalâ ou levantina. A forma como duas das pétalas da base são preenchidas por plaacas esmaltadas em "baisse-taille", aproxima este cálice do denominado "Cálice do Conde de Maiorca" que se preserva no Museu do Louvre. Outros exemplares com marcas de Barcelona usam a mesma forma de preenchimento dos campos das pétalas com figuração, ainda que não esmaltada, com os cálices do Victoria and Albert Museum. Inventário do Museu Nacional de Arte Antiga. Colecção de Ourivesaria. Do Românico ao Manuelino. IPM, 1995, pp. 92, 93.
  • Incorporação: Conventos extintos, Convento de Almodôvar, Beja
  • Centro de Fabrico: Não determinado

Bibliografia

  • RESUMO GERAL DAS CON, Prata e Jóias que pertenceram aos Conve; Lisboa - 1842
  • PESSANHA, José - "O cális de ouro do Mosteiro de Alcobaça" in Archeologo Portugues, nº 5. Lisboa: 1899
  • GAUTHIER, Marie-Madeleine S. - "Émaux aux Moyen-Âge Occidental. Fribourg: Office du Livre, 1972
  • CAETANO, Joaquim de Oliveira - "A evolução tipológica dos cálices Medievais e Manuelinos", in Inventário Nacional do Museu de Arte Antiga, Colecção de Ourivesaria, 1 volume, Do Roânico ao Manuelino. Lisboa: I.P.M., 1995
  • OMAN, Charles - "The Golden Age of Hispanic Silver 1400-1665". Londres: 1968
  • Inventário do Museu Nacional de Arte Antiga. Colecção de Ourivesaria, 1º volume, do Românico ao Manuelino. Lisboa: IPM, 1995

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