Relicário

• Museu: Museu Nacional de Arte Antiga
• Nº de Inventário: 481 Our
• Super Categoria: Arte
• Categoria: Ourivesaria
• Autor: Autor desconhecido (Ourives)
• Datação: 1452/1460
• Técnica: Prata dourada fundida, relevada, cinzelada, incisa e esmaltada
• Dimensões (cm): Alt. 58,5 x Larg. base 28,4
• Descrição: Relicário em prata dourada em forma de templete de planta rectangular, com telhado de quatro águas encimado por cruz, elevado sobre uma haste de secção rectangular, acastelado no nó e junto à base, polilobada com arcos conupiais. Na cobertura tem, no lado maior, o brasão esmaltado do Marquês de Valença e Conde de Ourém, D. Afonso. Do lado contrário falta outro medalhão que provavelmente repetiria o brasão. Nas faces menores encontram-se profanadas duas cavidades circulares para relíquias, com inscrições. A caixa das relíquias tem os cantos reforçados por butaréus fenestrados, platibanda decorada por quadrifólios e ameada de flores, com os cantos com agulhas piramidais vasadas por fenestrações. No interior encontram-se 17 cavidades para relíquias, conservando-se 15 suportes com legendas. A haste rectangular, reforçada nos cantos por perfis lisos de contrafortes, tem desenhada a indicação de sussesivas camadas de pedra aparelhada. É dividida a meio por um castelo de secção rectangular vasado por uma banda de quadrifólios inscritos em circulos. Este castelo é rematado por uma sucessão de ameias e tem nos cantos guaritas circulares de remate cónico. Junto à base da haste, encontra-se um outro castelo vasado de fenestrações com guaritas nos cantos. A base de recortes de arcos conupiais é tendêncialmente rectangular e dividida em quatro partes por relevos lisos. Nas partes anterior e posterior está representada a empresa do Marquês de Valença e Conde de Ourém: dois guindastes elevando uma filactera com a palavra NEIS,abreviatura provavel de NEMINIS(Ninguém) Nas partes laterais a planta simbólica de D. Afonso, a gilbardeira, serve de decoração.
• Origem/Historial: O presente relicário em prata dourada crê-se ter sido doado por D. Afonso, Marquês de Valença e Conde de Ourém, à colegiada de Ourém. Tendo vivido por muitos anos em Itália, D. Afonso recebeu (por ordem papal) um conjunto de relíquias, trazendo-as consigo no ano de 1452 para Portugal, integrando-as neste relicário. Estas relíquias creem-se pertencentes a São Paulo, São Tiago, São Pedro, São Senim e Abdão, São Estevão, São Martinho, São Brás, Santo Anastásio, São Gregório, São Vicente, São Lourenço, Santa Catarina e Santa Maria Madalena - Santos mártires da Igreja Católica. Apesar de não conhecermos a data precisa da sua produção cremos que esta se situe entre 1452-1460, coincidindo com o regresso de Itália e a morte do Conde. Sendo proveniente de igreja de Nossa Senhora da Misericórdia de Ourém esta peça foi incorporada no Museu Nacional de Arte Antiga em 1914. * Forma de Protecção: classificação; Nível de classificação: interesse nacional; Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre o património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devam recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei n.º 107/2001, de 8 Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas; Legislação aplicável: Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro; Acto Legislativo: Decreto; N.º 19/2006; 18/07/2006 *
• Incorporação: Igreja Nossa Senhora da Misericórdia, Ourém
• Centro de Fabrico: Não determinado