Morte de Camões

• Museu: Museu Nacional de Arte Antiga
• Nº de Inventário: 3304 Des
• Super Categoria: Arte
• Categoria: Desenho
• Autor: Sequeira, Domingos António de (Desenhador)
• Datação: 1824
• Suporte: Papel
• Técnica: Desenho a carvão e giz branco
• Dimensões (cm): Alt. 35,5 x Larg. 42,2
• Descrição: No interior de uma divisão, vislumbrando-se ténuamente à esquerda uma janela gótica de dois lumes, vêem-se duas figuras masculinas, uma à direita outra à esquerda, viradas para o centro da composição: a da direita encontra-se sentada numa cadeira de braços, de espaldar alto, com uma perna cruzada sobre a outra e o rosto, com barba, apoiado na mão esquerda, com cujo braço se apoia sobre o braço da cadeira, olhando melancolicamente para a outra figura à sua frente; esta, representa Camões como um homem idoso, de longas barbas e tronco nu que sentado com as pernas estendidas sobre um catre e cobertas por lençol, ergue os olhos e os braços, de mãos abertas, para o alto, num jeito implorativo; sobre o catre, junto às pernas do velho Camões doente encontra-se uma folha de papel escrita; à direita da composição, em primeiro plano, sobre uma mesa baixa, de pernas torneadas, está pousado um castiçal alto, sobre o qual uma chama difunde a luz que da direita para a esquerda da composição projecta intensos efeitos de claro-escuro. Em 1824 Sequeira expõe no «Salon» de Paris, o seu quadro "A Morte de Camões", que terá sido executado, já naquela cidade, entre Abril e Agosto desse mesmo ano. Este foi, mais tarde, levado para o Brasil, encontrando-se em 1846 na posse do príncipe de Joinville que o desenhou, destacando-se pendurado na parede de uma sala do seu palácio, após o que se perdeu por completo o paradeiro da tela, até aos dias de hoje. Tratava esta o tema dos últimos momentos da vida de Camões, o qual, jazendo doente no seu leito de morte recebe ainda a visita de um infausto mensageiro que lhe traz uma mensagem onde se relatam as notícias sobre o trágico desfecho da batalha de Alcácer Quibir. A composição deste desenho do MNAA diverge, no entanto, substancialmente da pintura. Neste desenho, Camões ergue os braços, como aliás em outro esboço conhecido (Porto, Museu N. Soares dos Reis) mas, ao contrário do quadro, vira-se para a esquerda onde se encontra o portador da dramática notícia. A coincidência entre esta encenação do tema e a descrição do mesmo episódio feita por Almeida Garrett, no seu poema «Camões», escrito quase em simultâneo com a pintura de Sequeira, entre Maio e Julho de 1824, levou D. Markl (MNAA, 1994 e MNAA, 1997) a formular a hipótese de tratar este desenho de uma nova versão, executada por Sequeira após a leitura do poema de Garrett.
• Origem/Historial: Este objecto está relacionado com os seguintes objectos (2.0): Nº de inventário: 110; Denominação: A Morte de Camões (desenho); Localização: MNSR/Câmara Municipal do Porto
• Incorporação: Adquirido ao Engº António Ferreira Pereira