A fuga para o Egipto (título iconográfico)

• Museu: Museu dos Biscainhos
• Nº de Inventário: 417 MB
• Super Categoria: Arte
• Categoria: Pintura
• Autor: Autor desconhecido (-)
• Datação: Século 18
• Dimensões (cm): Alt. 49,5 x Larg. 37
• Descrição: Pintura a óleo sobre placa de vidro de formato retangular representando a Virgem com o Menino ao colo, levados sobre o dorso de um burro guiado por um anjo e seguidos por S. José, que puxa uma vaca - da qual é visível apenas a cabeça - , terminando de transpor um riacho. O grupo segue da esquerda para a direita. No centro da composição estão a Virgem e o Menino. A Virgem, coroada por nimbo raiado, usa amplo manto azul com motivos dourados sobre túnica laranja e chapéu preto pendendo nas costas. O Menino, com nimbo igual, é envolvido em panejamento branco e sujeitado pelas mãos de Maria com os dedos entrelaçados. S. José vai descalço, segurando um cajado na mão direita, tem um nimbo em aro e veste túnica verde e enverga um manto laranja. Ao fundo, céu azul com grandes nuvens a laranja contrastando com a pelagem clara do burro e com a água do riacho. Colorido pouco diversificado, com recurso a tons muito aproximados. N.B - Interpretação da composição: A fuga da Sagrada Família para o Egito é uma composição rica em simbolismos, evocando significados espirituais e narrativos. No centro da obra, a Virgem Maria aparece com o Menino Jesus ao colo, destacando-se como figura central . O manto azul com motivos dourados que a envolve simboliza a sua pureza e realeza, enquanto a túnica laranja representa sua humanidade (?). O nimbo raiado que circunda a sua cabeça indica a sua santidade e proximidade com o divino, enquanto o chapéu preto pendendo nas costas pode sugerir a proteção e a necessidade de abrigo durante a jornada. O Menino Jesus, segurado nos braços de Maria com os dedos entrelaçados, simboliza a sua dependência humana e a proteção divina que o envolve. Ele também é coroado com um nimbo, igual ao da sua Mãe, sublinhando sua divindade e união espiritual com ela (?). O panejamento branco que o cobre reforça a pureza e perfeição divina, contrastando com os mantos coloridos de Maria. São José segue descalço, indicando humildade, sacrifício e conexão direta com a terra. Segurando um cajado na mão direita, ele é representado como o protetor e guia da Sagrada Família, destacando o seu papel de guardião obediente à vontade de Deus. O seu nimbo simples reflete a sua santidade sem competir com a centralidade de Maria e Jesus. A túnica verde que veste simboliza esperança e renovação, enquanto o manto laranja representa trabalho e esforço humano. (?) Um anjo guia o burro que transporta Maria e o Menino, simbolizando a proteção divina e a orientação espiritual durante a jornada. O burro, com a pelagem clara, é uma representação de humildade, paciência e serviço, servindo como um veículo simples e adequado para o Rei dos Céus. Ao lado, aparece a cabeça de uma vaca, que simboliza sacrifício, sustento e prosperidade, evocando a simplicidade e os recursos necessários para a sobrevivência durante a fuga. A travessia do riacho no caminho da Sagrada Família pode ser interpretada como um símbolo de superação de obstáculos, purificação e renovação espiritual. A água do riacho, elemento frequentemente associado à vida, reforça a ideia de proteção divina que acompanha o grupo. Ao fundo, o céu azul com grandes nuvens alaranjadas sugere a tensão entre o divino, representado pelo azul celestial, e o terreno, evocado pelos tons quentes do laranja. Esse contraste reflete a dificuldade da jornada em oposição à esperança oferecida pela providência divina. (?) O movimento do grupo da esquerda para a direita representa progresso e transição, sugerindo avanço em direção a um futuro guiado pela fé e pela proteção divina.
• Incorporação: Senhor Dr. José Maria da Costa Júnior