Guarda chuva (?) ou sombrinha (?)

• Museu: Museu dos Biscainhos
• Nº de Inventário: 2857 MB
• Super Categoria: Arte
• Categoria: Traje
• Autor: Pintor (Fabricante de guarda-sóis)
• Datação: 1890/1920
• Dimensões (cm): Alt. cerca de 85,5 x Larg. 103
• Descrição: Guarda-chuva ou sombrinha (?) constituído por uma cobertura em formato de pagode (1), confeccionado em doze panos triangulares em tecido de sarja de algodão, cinzento escuro, lavrado com fio de seda azul. Aquela é sustentada por um sistema de doze varetas de aço (?) pintadas de preto e encaixadas no topo da estrutura em igual número de fendas de anel metálico e fixadas ao têxtil através de bainhas obtidas pela costura das partes; as peças unem-se na zona central a outras varas metálicas, mais curtas e acopladas radialmente a um tambor tronco-cilíndrico com anéis incisos e alargamento numa das extremidades, que se movimenta ao longo da haste do espécimen, permitindo a abertura e o encerramento do mesmo através de duplo travão concretizado por duas molas encastráveis em cima e em baixo, respectivamente, presas/soltas pela passagem/travagem daquele elemento. O toldo define um padrão liso em que o ornamento se restringe a três tarjas paralelas em cetim azul, em que a central se desenha em motivo de espinhado e que se dispõem junto da periferia. A haste é constituída por uma vara lisa de bambu de secção circular que no cabo recebe um duplo ilhó que atravessa a profundidade do bastão e que serviria para a inserção de um fio de couro ou outro material para permitir a suspensão da peça a partir do pulso ou da mão. A empunhadura é em casquinha (?) ou aço (?), sugestivo de prata, e concebida na sensibilidade decorativa tardo-barroca; o castão apresenta-se periforme invertido com tarjas lisas alternando com anéis lavrados com motivos de perlado e de gregas; o topo é circular, bordejado por moldura de perlado, e com composição relevada de motivo floral central de que partem cinco folhas de acanto em movimento helicoidal. Cacilda de Castro comentava no artigo da sua autoria, "O Guarda-sol, a Sombrinha, o Chapéu-de-chuva, a Bengala e o Bastão" publicado na "Ilustração Portuguesa," a 9 de Agosto de 1909: "Entre nós o luxo do guarda-chuva resume-se apenas ao castão, mais ou menos artisticamente cinzelado em ouro ou prata - e sobretudo, em ser usado pela portuguesa elegante que em dias de chuva sabe sair a pé, arregaçando graciosamente a saia sobre o "dessous" de seda imaculada e sobre os pés esguios, calçados em botinas de verniz ou em sapatos de estilo, próprios para a rua"(2). Analisa-se a possibilidade de um fabrico nacional atendendo à seguinte informação: "Em 1890 importaram-se tecidos de seda no valor de 1112 contos de réis, sem contar com a seda gasta em forros de chapéus e a empregada em guarda-sóis" (3). Notas (1) Nomenclatura introduzida por Maria Laura Viana de Siqueira, vide "Introdução", in "Sombrinhas", Ensaios nº 3, Museu Nacional dos Coches, Lisboa, 1973, pp.3-5, referenciada no campo Observações. (2) CASTRO, Cacilda de.- "O Guarda-sol, a Sombrinha, o Chapéu-de-chuva., a Bengala e o Bastão". In "Ilustração Portuguesa," edição semanal da empresa "Jornal O Século", Lisboa, 9 de Agosto de 1909. (3) Constante em LEMOS, Maximiano. - " Enciclopédia Portuguesa. Dicionário Universal", Vol 10, Lemos & C.ª Sucessor, Porto, s/ data, p. 11.
• Origem/Historial: O guarda-chuva em foco pertenceu à Senhora Dona Maria da Purificação da Rocha Aguiam da "Casa da Ponte", de Arcos de Valdevez. Presume-se uma utilização funcional contemporânea do objecto por parte da citada senhora ou familiares femininos da mesma.
• Incorporação: Doação do Ex.Sr.Dr. António Alberto de Magalhães Barros Lançós Cerqueira Queiroz |Colecção Ex. Sra. Dª Maria da Purificação de Araújo e Brito Lima da Rocha Aguiam,"Casa da Ponte", Arcos de Valdevez.
• Centro de Fabrico: Europa.Portugal (?).