Galheta /Conjunto (2)

• Museu: Museu Nacional Soares dos Reis
• Nº de Inventário: 44.1 Our MNSR
• Super Categoria: Arte
• Categoria: Ourivesaria
• Autor: Autor desconhecido (Ourives)
• Datação: 1757/1766
• Técnica: Laminada, levantada, gravada e cinzelada
• Dimensões (cm): Comp. 5,3 x Alt. 7,6 x Larg. 5,1
• Descrição: Galheta em prata branca levantada, de forma prismática quadrangular, com arestas cortadas. O corpo liga-se por soldadura interior a uma base plana. Zona superior ligeiramente convexa a terminar num gargalo cilíndrico, em rosca, sobre o qual encaixa a tampa também cilíndrica e moldurada. A decoração, realizada a buril sobre um fundo finamente puncionado, concentra-se em duas áreas: junto à base, e em toda a zona superior junto ao gargalo. A primeira, ocupando grande parte da zona inferior da galheta, constituindo um friso rematado superiormente por uma sucessão de arcos conopiais, apresenta nos faciais, uma ornamentação simétrica de aletas em "S" que se unem a formar padrão contínuo e que dá emolduramento a palmetas e motivos foliácios. As arestas cortadas exibem ornatos de motivos entrelaçados. A zona superior junto ao gargalo está totalmente preenchida com aletas em "S" e enxaquetados que se interrompem para a inclusão da letra "A", incisa, a indicar o líquido que o vaso contém: "Água". A mesma letra, surge no topo da tampa, em prata dourada, entre duas palmetas e fundo pontilhado. No facial anterior, incisas, as armas de D. Frei António de Sousa, bispo do Porto de 1741 a 1752. Esta galheta e outra idêntica (nº 44/2 Our MNSR) são cópias de outro par existente no Museu (43/1/2 Our MNSR). Nenhuma das peças apresenta qualquer marca de fabrico. Enquanto as primeiras têm sido classificadas como trabalho realizado em oficinas portuguesas, o segundo par é classificado como tendo saído de oficinas italianas, pela semelhança de trabalho exímio no tratamento do metal e da própria decoração com outras peças, também no acervo do MNSR, e que estão armoriadas com o brasão dos Sousa (de Arronches) e têm marcas de Roma.
• Origem/Historial: Através da publicação da "Lei da Separação do Estado da Igreja", datada de 20 de Abril de 1911, os bens da Igreja foram arrolados pelo Estado, constituindo-se este como regulador do seu destino. Neste sentido, instalou-se no Porto uma Comissão Jurisdicional dos Bens das Extintas Corporações Religiosas que, na sequência da sua acção, considerou de merecimento artístico para qualquer futuro Museu, o conjunto de peças do Paço Episcopal. Em 1915, a Câmara do Porto propôs o aluguer do Paço para aí instalar o seu Museu. Através do "Auto de Entrega do Edifício do antigo Paço Episcopal à Câmara Municipal do Porto com data de 20 de Dezembro do mesmo ano, foi não só efectuado o respectivo aluguer do edifício, mas também a entrega em regime de depósito de todo o seu recheio. Anos mais tarde, o Decreto nº 21.504 de 25 de Julho de 1932, ao reorganizar o Museu Soares dos Reis e ao elevá-lo à categoria de Museu Nacional, veio permitir a Vasco Valente, seu Director, a transferência dos objectos que pertenceram à Mitra do Porto e encorporá-los definitivamente no Acervo deste Museu. Desta transferência informam-nos o "Auto de Entrega dos Objectos que estavam em poder do Senhor Director do Museu Municipal do Porto, Pertencentes ao Antigo Paço Episcopal, ao Senhor Director do Museu Nacional de Soares dos Reis", com data de 3 de Março de 1932, e o "Auto de Entrega dos Objectos Constituindo Património do Estado que Estavam em Poder do Senhor Director do Museu Mnicipal do Porto ao Snr. Director do Museu Nacional de Soares dos Reis", de 31 de Agosto de 1938.
• Incorporação: Transferência