Descrição: Copo de grandes dimensões, de base plana e depósito facetado, decorado com pintura a ouro.
Composição central dividida em dois planos, de ornamentação rococó, de enquadramentos parciais de cartelas com ornamentos de feixes de plumas, árvores e plantas de delineamento sinuoso. No plano superior são representadas duas figuras, feminina e masculina envergando trajes do séc. XVIII, com chapéus, sustentando cajados adornados e ladeadas por cães. No enquadramento desta cena tem representado à esquerda um edifício com uma torre (igreja ?), entre árvores de delineamento pormenorizado.
No plano inferior tem representada uma ponte, à esquerda, e à direita uma cena pastoral: uma figura masculina, sentada e tocando um instrumento de sopro está ladeada por animais. A figura feminina de cajado encontra-se igualmente representada no plano inferior, enquadrada por um elemento arquitectónico, uma balaustrada, figurando em atitude movimentada e ladeada por um animal.
Outros elementos decorativos, como pássaros em voo e flores, são representados nas restantes superfícies do depósito. Bordo superior dourado.
A composição de cena pastoral, de desenho Rococó, insere-se numa linha de inflluência de motivos decorativos inspirados na teoria do Bom Selvagem de Jean Jacques Rousseau.
Origem/Historial: Esta peça faz parte do conjunto que pertenceu à colecção Barros, leiloada no Porto em 3 de Maio de 1947 e que foi comprado pela Direcção-Geral da Fazenda Pública.
Por despacho do Ministro das Finanças de 30 de Junho de 1947, uma parte foi cedida ao Museu Nacional de Soares dos Reis, sendo feito o Auto de Entrega ao mesmo Museu pela Direcção de Finanças do Distrito do Porto em 4 de Abril de 1948.
No "Catálogo dos objectos de Arte, Pintura, Prata, Vidros, Faianças, Porcelanas, Tecidos e Bordados que constituem a notável e valiosa Colecção Barros, para vender no Leilão que terá início em 3 de Maio de 1947 no Palacete da Rua de Cedofeita, 372 Porto" a peça com o número 302 é descrita como "Copo de cristal lapidado e dourado. Fina decoração de figuras, paisagens e ornatos. Estojo da época. Fabricação francesa".
Incorporação: Aquisição através da Direcção Geral da Fazenda Pública.
Centro de Fabrico: Boémia
Bibliografia
CARNEIRO, Paula - A Colecção dos Vidros do Museu Nacional de Soares dos Reis: Algumas Séries que a Constituem. Museu, IV série, n.º 7. Porto: Círculo José de Figueiredo, 1998, pp. 271-283
Catálogo dos objectos de arte (...) que constituem a (...) Colecção Barros para vender no Leilão que terá início em 3 de Maio de 1947 no Palacete da Rua de Cedofeita, 379 Porto. Lisboa: Casa Liquidadora Leiria e Nasc
DRAHOTOVÁ, Olga - L´ Art du Verre en Europe. Paris: Grund, 1983