Calvário

• Museu: Museu Nacional Soares dos Reis
• Nº de Inventário: 33 Pin MNSR
• Super Categoria: Arte
• Categoria: Pintura
• Autor: Anónimo; (Pintor) Atelier de Louis de Caulery (Cambrai c. 1580 - Antuérpia 1621) (Pintor)
• Datação: Século 17
• Suporte: Cobre
• Técnica: Óleo
• Dimensões (cm): Alt. 41 x Larg. 42,1
• Descrição: Cristo crucificado entre os dois ladrões. A Virgem Maria e São João Evangelista de pé ao lado do madeiro (à dir.ª) e Maria Madalena prostrada aos pés da cruz. Cristo agonizante, de cendal, com os braços e os pés cravados (sobrepostos) mostra fios de sangue a escorrer-lhe da coroa de espinhos, joelhos, pés e mãos. Aproximam-se da cena soldados em grande número, montados a cavalo. A meio do primeiro plano, de frente para o observador, está uma mulher sentada com criança ao colo, de vestido vermelho e chapéu de plumas; tem junto de si outra criança mais velha voltada para a cena da crucifixão; desse lado esquerdo perfila-se com destaque um cavaleiro de turbante, enquanto do lado oposto se observa um grupo de homens sentados a comentar. Sobressaem os gibões guarnecidos a ouro e os reflexos brilhantes das vestes dos soldados, os capacetes emplumados e os turbantes, os cavalos de garupas enfeitadas e os estandartes. As cores de vermelho, verde e amarelo distinguem-se a médio plano e na linha da frente. No fundo escuro do céu irrompe um clarão (quadrante superior esquerdo) assinalando a morte de Jesus.
• Origem/Historial: Obra inventariada em 1834 e 1839 no antigo Museu Portuense de Pinturas e Estampas tendo origem no santuário do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra; consta do “Termo de entrega das pinturas e mais objectos para o Museu da Cidade do Porto”, Coimbra, 4 de Junho de 1834 (Arquivo da Universidade de Coimbra). No Fundo Antigo do Museu identificam-se numerosas obras de Pintura originárias dos mosteiros extintos de fora do Porto – Tibães e Santa Cruz de Coimbra – que foram retiradas para o Museu Portuense ao abrigo da lei da extinção das ordens religiosas de 1834. Estão registadas por João Baptista Ribeiro no “Inventário dos objectos pertencentes ao Museu Portuense”, de 5 de Janeiro de 1834 (Câmara Municipal do Porto, Fundo Vitorino Ribeiro), a que se seguiu uma “Relação dos objectos do Museu Portuense entregues pelo ex Director do mesmo, João Baptista Ribeiro à Comissão da Academia Portuense de Belas Artes”, em 6 de Julho de 1839 (Arquivo Distrital do Porto, Fundo do Governo Civil). Os sete cobres puncionados CKº em que se inclui este Calvário, estando documentados no mosteiro crúzio afeto à Ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, ilustram a importação de pintura em cobre dos Países Baixos espanhóis para Portugal, talvez ainda sob o domínio filipino. Estavam embutidos nas paredes do santuário, revestida de pintura com cenas da vida de Cristo com destaque para a Paixão, o que se enquadra na exaltação do culto do Sacrifício Divino na Época Moderna.
• Incorporação: Fundo Antigo do Museu, proveniente do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra.