Descrição: Tecto pintado a óleo sobre madeira, formado por quarenta e oito caixotões e rodeado por uma moldura de talha dourada e marmoreada em tons avermelhados (?). Tem formato rectangular e é constituído por quarenta e oito telas de 60 cm/ 50 cm. Os painéis destacam-se pela variedade e riqueza de motivos e pela luminosa combinação cromática. O jogo entre o claro e o escuro é refinadamente reforçado pelas sombras e pela luminosidade das composições que... Ver mais alternadamente nos mostram as personagens ou as dissipam nas sombras. À primeira vista, destacam-se os quatro painéis centrais, onde quatro anjos sorridentes volteiam, sustendo cada um deles, uma bandeira com uma inscrição a negro e em latim :" IN NOMINE IESU OMNE GENUFLECTATUR COELESTIUM TERRESTRIUM" (Todos os seres celestes e terrestres se ajoelham em nome de Jesus). Em torno desta composição central desenvolvem-se os restantes quarenta e quatro painéis. Apesar das personagens ou das situações se repetirem, elas encontram-se, aparentemente, numa ordem aleatória não parecendo por isso representar uma situação sequencial, mas sim diversos aspectos de diferentes realidades. Encontram-se assim, representadas várias espécies de animais, destacando-se em número as aves, pintados isoladamente ou em conjunto com outros de outra espécie, normalmente em cenas de luta. Estas cenas de luta verificam-se entre animais da mesma espécie e de espécies diferentes, entre homens e seres mitológicos, exóticos ou fantásticos, em que o homem aparece sempre numa situação favorável exceptuando uma cena em que é subjugado por um felino. Aparecem também, retratadas, uma série de flores, em vaso ou ramalhete e diversos frutos que surgem ainda nas árvores, pendendo dos ramos ou dispostos numa cesta. Estão representados de forma realista, mimética quase didáctica.
Nota: De momento a peça está a ser alvo de estudo no âmbito de um trabalho académico, findo o qual novos elementos serão acrescentados, pela Dr.ª Emília Nogueiro, que gentilmente cedeu esta pequena introdução.
Origem/Historial: O tecto foi incorporado no acervo do Museu, pelo Dr. Raúl Teixeira (Director do Museu), proveniente da Igreja dos Jesuítas, actual Igreja da Sé de Bragança sem no entanto se poder afirmar que o tecto pertencia a esta mesma Igreja.
Incorporação: Fundo Antigo do Museu - Proveniente da actual Igreja da Sé de Bragança
Bibliografia
Instituto Português de Museus - Roteiro do Museu do Abade Baçal - Bragança. [s. l.]: 1994