Descrição: Pente-adorno de forma rectangular constituído por várias tiras vegetais e dois segmentos rectos, em madeira.
As tiras apresentam-se dobradas ao meio, dispostas paralelamente e unidas entre si, em quase toda a sua altura, por fibras vegetais e faixas, alternadas, de fios de lã de cor castanho-claro e de fios de cabelo de cor castanho-escuro.
Um dos segmentos atravessa a extremidade onde as tiras se encontram dobradas. O outro segmento, fixado ... Ver maispróximo da extremidade oposta através de fibras vegetais, apresenta um cordão pendurado de uma ponta à outra, no qual são suspensos vários tufos de penas de tons vermelho, castanho-escuro e castanho-claro e penugem.
As tiras são de tom castanho-claro.
Origem/Historial: Na ficha manual a designação da peça é Adorno de cabeça, no entanto optei por utilizar a denominação Pente-adorno, uma vez que a peça assemelha-se a um pente e é usada como adorno na parte detrás da cabeça.
A peça AN.192 é colocada atrás da cabeça em posição vertical. Por debaixo dela figura o adorno AN.714 onde é fixado o adorno AN.704.
Nota informativa sobre a constituição da Colecção Victor Bandeira:
Em 1964/65 Victor Bande... Ver maisira e Françoise Carel Bandeira, incentivados por Jorge Dias e Ernesto Veiga de Oliveira, e com o apoio do Centro de Estudos de Antropologia Cultural de Junta de Investigações do Ultramar e das autoridades brasileiras, empreenderam uma expedição à selva amazónica, com o objectivo de conhecer, por experiência e participação efectiva, as formas de comportamento, a cultura material e imaterial, os rituais, os ritos e as artes, dos grupos indígenas que habitavam nessa região.
Durante a sua estada no terreno, o casal Bandeira, percorreu várias regiões do Brasil, Equador, Peru e Colômbia, e contactou com diferentes grupos de índios.
Dessa investigação resultou uma extensa colecção de artefactos que documenta e exprime de um modo perfeito e completo todos os aspectos da vida e das concepções, dos ritos e da criação plástica dos vários grupos com quem estabeleceram relações, inúmeros registo visuais e sonoros, e um vasto conhecimento teórico sobre a vida, a cultura e arte dos ameríndios do Brasil.
Esta colecção foi apresentada ao público em Outubro de 1966 nos Salões da Sociedade de Belas Artes de Lisboa, sob o patrocínio da Fundação Calouste Gulbenkian e da Embaixada do Brasil.
Em 1969 a colecção é adquirida pelo então Ministério do Ultramar, com a participação financeira da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação da Casa de Bragança e de alguns particulares devotados, a fim de ser entregue e incorporada no património do Museu Nacional de Etnologia.
A colecção, constituída por cerca de 745 peças, abrange todas as classes de artefactos.