Pintura sobre entrecasca

  • Museu: Museu Nacional de Etnologia
  • Nº de Inventário: AN.708
  • Super Categoria: Etnologia
  • Categoria: Artes plásticas
  • Autor: Autor desconhecido (-)
  • Datação: Século 20
  • Dimensões (cm): Comp. 155 x Larg. 46,4
  • Descrição: Pintura sobre entrecasca de árvore de forma rectangular. A peça apresenta cinco painéis rectangulares definidos a sépia clara e dispostos em coluna. Três painéis apresentam motivos geométricos. Um é composto por uma faixa semicircular e por duas linhas oblíquas entrecruzadas e uma linha recta ladeada de triângulos. Outro painel é preenchido por duas linhas curvas simétricas ladeadas por triângulos, no espaço entre estas figuram três linhas rectas, uma delas ladeada por triângulos, duas faixas semicirculares delimitadas de um dos lados por pontos. O último é constituído por linhas rectas, linhas curvas e triângulos. Os restantes painéis apresentam quatro figuras antropomórficas e um deles uma figura ornitomorfa. Os desenhos são pintados de cor amarela e sépia clara. A peça apresenta-se enegrecida numa das extremidades.
  • Origem/Historial: "Tapa, segundo o termo polinésio, donde parece provir a técnica da sua produção, ou tururi, segundo o termo ameríndio que designa qualquer tecido natural. A entrecasca de certas árvores é aproveitada pelo índio brasileiro - sobretudo os Tukano e outros grupos do Alto Rio Negro - para fins muito variados: vestimenta, redes, esteiras, cobertores, sacos, máscaras, painéis decorativos, etc.. Os índios Tukano usam-na especialmente para as máscaras-fato Ya-Ko-Ko-Su-Ti-Ro, e para painéis decorativos interiores ou exteriores." (Índios da Amazónia; 1986:184) Nota informativa sobre a constituição da Colecção Victor Bandeira: Em 1964/65 Victor Bandeira e Françoise Carel Bandeira, incentivados por Jorge Dias e Ernesto Veiga de Oliveira, e com o apoio do Centro de Estudos de Antropologia Cultural de Junta de Investigações do Ultramar e das autoridades brasileiras, empreenderam uma expedição à selva amazónica, com o objectivo de conhecer, por experiência e participação efectiva, as formas de comportamento, a cultura material e imaterial, os rituais, os ritos e as artes, dos grupos indígenas que habitavam nessa região. Durante a sua estada no terreno, o casal Bandeira, percorreu várias regiões do Brasil, Equador, Peru e Colômbia, e contactou com diferentes grupos de índios. Dessa investigação resultou uma extensa colecção de artefactos que documenta e exprime de um modo perfeito e completo todos os aspectos da vida e das concepções, dos ritos e da criação plástica dos vários grupos com quem estabeleceram relações, inúmeros registo visuais e sonoros, e um vasto conhecimento teórico sobre a vida, a cultura e arte dos ameríndios do Brasil. Esta colecção foi apresentada ao público em Outubro de 1966 nos Salões da Sociedade de Belas Artes de Lisboa, sob o patrocínio da Fundação Calouste Gulbenkian e da Embaixada do Brasil. Em 1969 a colecção é adquirida pelo então Ministério do Ultramar, com a participação financeira da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação da Casa de Bragança e de alguns particulares devotados, a fim de ser entregue e incorporada no património do Museu Nacional de Etnologia. A colecção, constituída por cerca de 745 peças, abrange todas as classes de artefactos.
  • Incorporação: Anterior proprietário: Desconhecido

Bibliografia

  • Arte do índio brasileiro. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1966
  • OLIVEIRA, Ernesto Veiga de, et al, Índios da Amazónia. Lisboa: Museu de Etnologia/ Instituto de Investigação Cientifica e Tropical, 1986
  • RIBEIRO, Berta G., Dicionário do Artesanato Indígena. São Paulo: Itatiaia Limitada, USP, 1988
  • RIBEIRO, Darcy, "Arte índia" in Suma Etnológica Brasileira - Tecnologia Indígena, vol. 3. Petrópolis: FINEP/Vozes, 1986

Exposições

  • Arte do Índio Brasileiro

    • Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa
    • Exposição Física
  • Povos e Culturas

    • Galeria Nacional de Arte Moderna, Lisboa
    • Exposição Física

Multimédia

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