Flauta dupla
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Museu: Museu Nacional de Etnologia
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Nº de Inventário: AN.324
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Super Categoria:
Etnologia
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Categoria: Instrumentos musicais
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Autor:
Autor desconhecido (-)
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Datação: Século 20
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Dimensões (cm): Comp. 226,3 x Diâm. 4,2
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Descrição: Flauta dupla constituída por dois tubos de diferentes dimensões dispostos paralelamente, em cana de bambu, envolvidos em certas partes com fio de algodão e unidos entre si com fio vegetal.
Os tubos são alinhados pelo bocal de secção recta e providos de aeroduto externo.
O aeroduto é formado a partir de dois orifícios dispostos longitudinalmente no tubo, o espaço entre estes é coberto por um segmento de cana que tapa o primeiro orifício deixando o segundo, de secção quadrangular, a descoberto. O segmento é fixo ao tubo com cera, de forma a estabelecer uma coluna de ar entre os dois orifícios.
O tubo de menores dimensões apresenta uma etiqueta adesiva em papel de cor verde com a inscrição 34.
Tubo de menores dimensões comprimento (cm): 164,8
Tubo de menores dimensões diâmetro (cm): 4
Etiqueta comprimento (cm): 1,8
Etiqueta largura (cm): 1,2
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Origem/Historial: A peça usada na dança ritual dos mortos, o Kuarupe é, geralmente, tocada aos pares, uma é considerada a fêmea e a outra o macho.
Nota informativa sobre a constituição da Colecção Victor Bandeira:
Em 1964/65 Victor Bandeira e Françoise Carel Bandeira, incentivados por Jorge Dias e Ernesto Veiga de Oliveira, e com o apoio do Centro de Estudos de Antropologia Cultural de Junta de Investigações do Ultramar e das autoridades brasileiras, empreenderam uma expedição à selva amazónica, com o objectivo de conhecer, por experiência e participação efectiva, as formas de comportamento, a cultura material e imaterial, os rituais, os ritos e as artes, dos grupos indígenas que habitavam nessa região.
Durante a sua estada no terreno, o casal Bandeira, percorreu várias regiões do Brasil, Equador, Peru e Colômbia, e contactou com diferentes grupos de índios.
Dessa investigação resultou uma extensa colecção de artefactos que documenta e exprime de um modo perfeito e completo todos os aspectos da vida e das concepções, dos ritos e da criação plástica dos vários grupos com quem estabeleceram relações, inúmeros registo visuais e sonoros, e um vasto conhecimento teórico sobre a vida, a cultura e arte dos ameríndios do Brasil.
Esta colecção foi apresentada ao público em Outubro de 1966 nos Salões da Sociedade de Belas Artes de Lisboa, sob o patrocínio da Fundação Calouste Gulbenkian e da Embaixada do Brasil.
Em 1969 a colecção é adquirida pelo então Ministério do Ultramar, com a participação financeira da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação da Casa de Bragança e de alguns particulares devotados, a fim de ser entregue e incorporada no património do Museu Nacional de Etnologia.
A colecção, constituída por cerca de 745 peças, abrange todas as classes de artefactos.
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Incorporação: Anterior proprietário: Desconhecido
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Bibliografia
- Arte do índio brasileiro. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1966
- BANDEIRA, Françoice - "Chez les Indiens Kamayurá du Alto Xingo" in Geographica N.º 5: 1968
- BRITO, Joaquim Pais de, et al (coords), Os Índios, Nós. Lisboa: CNCDP/IPM/MNE, 2000
- OLIVEIRA, Ernesto Veiga de, et al, Índios da Amazónia. Lisboa: Museu de Etnologia/ Instituto de Investigação Cientifica e Tropical, 1986
- RIBEIRO, Berta G., Dicionário do Artesanato Indígena. São Paulo: Itatiaia Limitada, USP, 1988
- RIBEIRO, Darcy, "Arte índia" in Suma Etnológica Brasileira - Tecnologia Indígena, vol. 3. Petrópolis: FINEP/Vozes, 1986
Exposições
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Índios da Amazónia
- Museu Nacional de Etnologia, Lisboa
- Exposição Física
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Arte do Índio Brasileiro
- Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa
- Exposição Física
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Os Índios, Nós
- Museu Nacional de Etnologia, Lisboa
- 30/11/2000 a 3/6/2001
- Exposição Física