Rede de dormir
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Museu: Museu Nacional de Etnologia
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Nº de Inventário: AN.679
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Super Categoria:
Etnologia
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Categoria: Equipamento de uso doméstico
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Autor:
Autor desconhecido (-)
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Datação: Século 20
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Técnica: Contratorcido - técnica de tecelagem produzida quanto quatro fios da trama englobam entre si um ou mais elementos do urdume.
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Dimensões (cm): Comp. 330
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Descrição: Rede de dormir, em fios de fibras vegetais e fios de algodão branco, feita pela técnica do contratorcido combinado.
A peça é constituída por cinco elementos: a cama, os cabos elementares, os cabos suplementares, os punhos e as cordas de suspensão.
A cama corresponde à parte tecida e os cabos elementares consistem no prolongamento da urdidura não tecida. Os cabos suplementares são compostos por cordões de fibras vegetais que trespassam os cabos elementares, esses cordões são unidos com tiras do mesmo material formando, dessa maneira, os punhos, que representam as extremidades da peça. E por fim as cordas de suspensão, nesta peça apenas é visível um cordão de algodão branco unido a um dos punhos, e que se prolonga para além deste, com o objectivo de suspender a peça.
A cama é decorada com dez faixas longitudinais, formadas por algumas das fibras que compõem a urdidura. Cinco faixas são tingidas de verde e rosa, as restantes de roxo e rosa. A cama é, ainda, ornamentada nos lados com fibras vegetais que formam losangos e triângulos, terminando em franjas.
Cama comprimento(cm): 166
Cama largura (cm): 117
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Origem/Historial: A técnica de tecelagem e os vários elementos descritivos, referidos na descrição da peça, foram retirados do Dicionário do Artesanato Indígena de Berta Ribeiro (pp. 96/97/101).
Nota informativa sobre a constituição da Colecção Victor Bandeira:
Em 1964/65 Victor Bandeira e Françoise Carel Bandeira, incentivados por Jorge Dias e Ernesto Veiga de Oliveira, e com o apoio do Centro de Estudos de Antropologia Cultural de Junta de Investigações do Ultramar e das autoridades brasileiras, empreenderam uma expedição à selva amazónica, com o objectivo de conhecer, por experiência e participação efectiva, as formas de comportamento, a cultura material e imaterial, os rituais, os ritos e as artes, dos grupos indígenas que habitavam nessa região.
Durante a sua estada no terreno, o casal Bandeira, percorreu várias regiões do Brasil, Equador, Peru e Colômbia, e contactou com diferentes grupos de índios.
Dessa investigação resultou uma extensa colecção de artefactos que documenta e exprime de um modo perfeito e completo todos os aspectos da vida e das concepções, dos ritos e da criação plástica dos vários grupos com quem estabeleceram relações, inúmeros registo visuais e sonoros, e um vasto conhecimento teórico sobre a vida, a cultura e arte dos ameríndios do Brasil.
Esta colecção foi apresentada ao público em Outubro de 1966 nos Salões da Sociedade de Belas Artes de Lisboa, sob o patrocínio da Fundação Calouste Gulbenkian e da Embaixada do Brasil.
Em 1969 a colecção é adquirida pelo então Ministério do Ultramar, com a participação financeira da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação da Casa de Bragança e de alguns particulares devotados, a fim de ser entregue e incorporada no património do Museu Nacional de Etnologia.
A colecção, constituída por cerca de 745 peças, abrange todas as classes de artefactos.
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Incorporação: Anterior proprietário: Desconhecido
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Bibliografia
- OLIVEIRA, Ernesto Veiga de, et al, Índios da Amazónia. Lisboa: Museu de Etnologia/ Instituto de Investigação Cientifica e Tropical, 1986
- RIBEIRO, Berta G., Dicionário do Artesanato Indígena. São Paulo: Itatiaia Limitada, USP, 1988
- RIBEIRO, Darcy, "Arte índia" in Suma Etnológica Brasileira - Tecnologia Indígena, vol. 3. Petrópolis: FINEP/Vozes, 1986