Arca

• Museu: Museu de Lamego
• Nº de Inventário: 516
• Super Categoria: Arte
• Categoria: Mobiliário
• Autor: Autor desconhecido (-)
• Datação: Século 16/17
• Dimensões (cm): Alt. 41 x Larg. 119 x Prof. 46
• Descrição: Caixa de forma paralelepipédica com tampo retangular, plano, revestida exteriormente com couro parcialmente gravado. O interior é revestido a estopa de linho, e decorado com fitilho. Chapas retangulares de ferro forjado e limado (cintas), com recorte central lobulado e extremidades flordelisadas dispõem-se, no tampo, no prolongamento das dobradiças e dos ferrolhos e, na frente, ao centro. Nas arestas da caixa, cantoneiras recortadas, de idêntica forma e, no tardoz, no prolongamento das dobradiças, cintas de forma simplificada, que se prolongam pelo fundo da arca, terminando numa folha recortada. Na frente o couro apresenta vestígios de decoração gravada: barras horizontais delimitadas por filetes e preenchidas por tracejado oblíquo. A restante decoração recorre a pregaria fina de ferro estanhado , acompanhando quer as linhas da caixa, em fiadas formando caixilhos, quer marcando reservas onde se inscrevem as fechaduras e respectivos ferrolhos, quer ainda desenhando "SS" no tampo, ilhargas e frente. Fechaduras com espelhos lisos, de forma quadrangular, fixados por grampos laterais e ferrolhos com folha recortada e haste de ponta enrolada e, nas ilhargas, argolas elípticas com espelhos retangulares de grandes extremidades flordelisadas. Fundo exterior forrado a couro cru. No interior do tampo, o fitilho, fixado por pequenos pregos traça um esquema geométrico tendo ao centro uma cruz de Cristo inscrita num losango. (Bastos, 1999)
• Origem/Historial: As arcas encoiradas, tipo a que este exemplar pertence, destinavam-se essencialmente ao transporte em viagens. Quase sempre de couro liso e preto, podiam ser "de uma em carga" ou "de duas em carga", terminologia que se prendia com essa função. A sua execução pertencia aos correeiros de obra grossa, a quem cabia igualmente a sua venda. Inventários e regimentos do séc. XVI mencionam fechaduras estanhadas, certamente como as desta arca. Na tabela das taxas anexas aos "Regimentos" de Guimarães de 1522, são referidas fechaduras, engonços e pregos estanhados distinguindo-se, entre as primeiras, as que se destinavam a arcas encoiradas Nos séculos seguintes, arcas (encoiradas ou não) e baús continuaram a usar-se quer para transporte, quer como móvel fixo de guarda. Entre os bens do arcebispo de Évora D. Alexandre de Bragança (1602-1608) encontravam-se mencionadas arcas da mesma tipologia. Existem ainda outros exemplares semelhantes, classificados como quinhentistas, no Museu de Aveiro e no Museu Nacional de Arte Antiga. (Bastos, 1999).
• Incorporação: antigo Paço Episcopal de Lamego? Mitra de Lamego?