Baú

• Museu: Museu de Lamego
• Nº de Inventário: 515
• Super Categoria: Arte
• Categoria: Mobiliário
• Autor: Autor desconhecido (-)
• Datação: Século 18
• Dimensões (cm): Alt. 52 x Larg. 118 x Prof. 61
• Descrição: Caixa paralelepipédica com tampo convexo, guarnecido com abas de proteção, revestida a marroquim tingido de vermelho. Interior revestido com seda adamascada verde. Fundo exterior revestido com couro cru. A pregaria dourada (latão) que decora a peça forma no tampo uma moldura ondulada que enquadra uma larga cartela central, na qual se inscrevem vários losangos, com quatro tachas agrupadas ao centro. Na frente, quatro composições cordiformes com remate superior flordelisado e, nas ilhargas, pequenos grupos de tachas marcam os cantos e o centro. No tardoz, fiadas de tachas distribuem-se no prolongamento das dobradiças. No couro, linhas cruzadas traçadas nas ilhargas formam um X com quatro tachas ao centro marcados por pontos (a sépia). Fechaduras de latão, recortadas e vazadas, com ferrolhos de folha igualmente recortada e vazada e haste com pináculo torneado na extremidade (falta um). Nas ilhargas, argolas laterais com espelhos recortados e vazados, igualmente em latão. (Bastos e Proença, 1999)
• Origem/Historial: Em 1821, o inventário do Paço Episcopal descreve um "Baú de marroquim, vermelho, pregadura dourada, grande, forrado a damasco verde, avaliado em oito moedas de ouro" na sacristia da capela particular, quantia importante para a época, pois tanto as caixas dos paramentos aí guardadas como as das duas mesas de nogueira que se encontravam na Livraria foram avaliadas no mesmo montante. Em 1826 mantinha-se na mesma dependência, sendo descrito como "Hum baú de marroquim vermelho, grande, com pregadura dourada, e forro de Damasco verde" e no inventário de 1860 como "hum baú grande coberto de marroquim vermelho ferragem, amarella em bom estado". Curiosamente, no antigo Paço Episcopal de Coimbra usava-se um baú semelhante para guardar os paramentos do pontifical. Descrito num inventário do ano de 1882 como "Hum Bâu grande forrado por fora de Marroquim encarnado e por dentro de velûdo verde com sua coberta de couro" (Rodrigues, 1984), encontrava-se numa dependência - o cubículo - onde se guardavam os paramentos do pontifical. O acervo do Museu de Aveiro integra um baú idêntico (Inv. 38/F), que se julga ter pertencido ao Convento de Jesus (Aveiro). À exceção da altura (56 cm) e do forro em veludo verde, é em tudo o mais idêntico a este exemplar (faltam-lhe os ferrolhos das fechaduras). Conhecem-se exemplares de idêntica tipologia na colecção Dr. João Gonçalo do Amaral Cabral (Estoril) e no MNAA, no qual se conserva um baú com idêntica estrutura e revestimento (Inv. 1174). Classificado como pertencendo ao século XVIII, as fechaduras recortadas de metal dourado apresentam ferrolhos idênticos ao exemplar de Lamego. Estas semelhanças permitem-nos pensar numa produção senão "em série", pelo menos a partir de um modelo e de uma decoração retomados, sem grandes variações, de peça para peça. (Bastos e Proença, 1999)
• Incorporação: Paço Episcopal de Lamego (?)