Tamborete/conjunto
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Museu: Museu de Lamego
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Nº de Inventário: 414
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Super Categoria:
Arte
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Categoria: Mobiliário
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Autor:
Autor desconhecido (-)
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Datação: 1775/1800
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Dimensões (cm): Alt. 49 x Larg. 52 x Prof. 52
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Descrição: Assento de forma quadrangular. Cintura composta por peças retas e lisas, com ângulos em aresta viva. Pernas galbadas, lisas, com joelhos volumosos de saída brusca. Pés de garra e bola.
Decoração do couro: moldura constituída por enrolamentos de folhagens e flores sobre fundo texturado; ao centro, em campo liso, composição simétrica composta por volutas, flores e folhagem e centro preenchido por enxaquetado. (Bastos e Proença, 1999)
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Origem/Historial: A imprecisão e flutuação da nomenclatura dos diferentes tipos de móveis de assento portugueses tem sido notada por vários estudiosos. Para alguns, entre os quais Augusto Cardoso Pinto, a designação de tamborete aplicava-se quer à cadeira portuguesa rasa (sem espaldar e sem braços), quer à cadeira de sola, com espaldar, mas desprovida de braços, usadas na 1ª metade do século XVII. Já no século XVIII, o vocábulo designava igualmente a cadeira de palhinha sem braços. Para outros, como António de Aguiar, esta designação aplicava-se a todas as cadeiras desprovidas de braços.
Usado em igrejas e conventos, onde ainda hoje se guardam inúmeros exemplares, este móvel de assento ocupou um lugar de destaque no mobiliário doméstico português até ao início da segunda metade do século XVIII, permanecendo o seu uso, embora de forma mais limitada, na segunda metade desse século.
Este móvel integra um conjunto de doze tamboretes pertencentes ao Museu de Lamego, provenientes do antigo Paço. Tratar-se-á certamente dos exempalres que se encontravam na Livraria e na sala da Relação, mencionados no inventário de 1821 como: "Dez Cadeiras rázas, com seus pez de garra, asento de solla lavrada, em bom uzo, avaliadas todas em doze mil reis" e "dois Mochos, asento de couro em meio uzo, avaliados em dois mil e quatrocentos reis". Durante o governo da diocese por D. Francisco José de Vieira e Brito estes tamboretes ainda se encontravam na Livraria, dispostos em torno das duas mesas (Inv. 340 e 341).
A sua estrutura é idëntica à das cadeiras de nogueira com assento de sola (Inv. 476-482), remetendo-nos para um mesmo artífice ou oficina. É possível traçar uma aproximação à oficina responsável pelos assentos das referidas cadeiras, idfentificada por Franklin Pereira, uma vez que o motivo central surge, colocado de forma invertida numa das metades, em assentos executados por essa oficina, de que a cercadura com gomos se tornou um motivo paradigmático. (Bastos e Proença, 1999)
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Incorporação: Transferência: antigo Paço Episcopal de Lamego
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Bibliografia
- BASTOS, Celina; PROENÇA, José António - Museu de Lamego. Mobiliário. Lisboa: IPM/Museu de Lamego, 1999
- GUIMARÃES, Alfredo; SARDOEIRA, Albano - Mobiliário Artístico Português (Elementos para a sua História) - I- Lamego. Porto: Marques de Abreu, 1924
- IAN/TT, Mitra de Lamego, Lv.º49, Inventário das Alfaias, movens, e bens de Raiz, pertencentes ao Paço Episcopal. Lamego: 1821
- RODRIGUES, José Júlio - O Paço Episcopal de Lamego. Porto: 1908