Maquineta

• Museu: Museu de Lamego
• Nº de Inventário: 4636
• Super Categoria: Arte
• Categoria: Mobiliário
• Autor: Autor desconhecido (-)
• Datação: 1775/1800
• Dimensões (cm): Alt. 146 x Larg. 92, x Prof. 43,5
• Descrição: Maquineta de forma prismática, com porta e ilhargas envidraçadas. Cimalha curva, moldurada, coroada, na frente, por frontão partido com feixe de plumas e, nas ilhargas, por frontão rematado em voluta. Concheados estilizados, volutas e motivos florais constituem a restante decoração. Os ângulos apresentam-se chanfrados, e a talha que os orna desenvolve-se numa linha ondulada que se prolonga para além da cimalha em pluma enrolada. Na base, observa-se um motivo idêntico ao do remate, a que se juntam motivos florais. Assenta em pés moldurados de secção quadrangular. Interior forrado com seda vermelha. (Bastos e Proença, 1999)
• Origem/Historial: Utilizadas quer pelos membros do clero, sendo presença quase obrigatória no enxoval das noviças, quer pela sociedade laica, as maquinetas transitaram, em meados do século XVIII, de um espaço intímo de devoção para os espaços de convívio das habitações, sobretudo para a sala de receção, associando ao seu simbolismo religioso um papel eminentemente decorativo. Neste exemplar é possível observar, uma série de influências dos álbuns ingleses, nomeadamente do "Director" de Chippendale (ed. 1762). Assim, nos desenhos para as caixas de orgãos e outras peças, encontramos as formas e os elementos decorativos dos frontões da maquineta. Os inventários dos bens do Paço Episcopal de Lamego dão-nos conta da existência de alguns destes exemplares. Em 1821, encontrava-se no gabinete do Bispo, um oratório, de talha dourada, com o Menino Jesus e, na sala do Cabido, "(...) hum santuário de pau preto de três faces, com vidros, forrado de tafeta vermelho, com seus galoes estreitos de couro e dois ramos de flores avaliado todo este santuário em vinte e quatro mil reis", que parece corresponder ao exemplar do Museu. Encontrava-se sobre uma mesa coberta de couro, guarnecida de damasco vermelho, colocada, por sua vez, sob um dossel do mesmo tecido, conforme a descrição que nos é dada no inventário de 1826. (Bastos e Proença, 1999)
• Incorporação: antigo Paço Episcopal de Lamego