Descrição: Tampo de forma circular, com fundo plano e rebordo recortado e moldurado. Coluna central torneada, com remates lisos para encaixe do mecanismo de "gaiola" e das pernas e fuste torneado em balaústre entre bolachas e discos.
O mecanismo de "gaiola" é constituído por dois blocos horizontais ligados por quatro pequenas colunas, tendo o inferior um orifício onde encaixa a coluna do suporte. No remate desta, uma ranhura permite a entrada de uma cunh... Ver maisa que trava a rotação do tampo, impedindo a sua remoção. O bloco superior do mecanismo liga-se ao tampo através de duas peças, colocadas no verso. Neste, um trinco circular de metal permite travá-lo, prendendo-o à "gaiola".
Assenta em três pernas lisas, galbadas, equidistantes, terminando em pés de garra e bola.
(Bastos, 1999)
Origem/Historial: O ritual do chá processava-se em torno deste móvel ligeiro e o seu tampo articulado permitia a remoção para um canto do aposento quando não estava a ser usado. Presença habitual nos interiores portugueses, rapidamente invadiu espaços tão diferenciados como a sala de visitas ou aposentos privados, podendo inclusive ser encontrada nas celas do clero regular. Terão certamente existido em número considerável nos conventos femininos, a ... Ver maisjulgar pelo que acontecia em Arouca, onde se exigia à noviça que trouxesse, no seu enxoval, "um Apparelho de chá de louça da Índia, que tenha duas dúzias, com seis colherinhas de prata".
Estas mesas pé de galo filiavam-se nas suas congéneres inglesas, as quais, executadas em Inglaterra desde 1730 até ao terceiro quartel do século XVIII, conheceram inúmeras variantes ao nível do tampo, quase sempre articulado através de um mecanismo de gaiola. De forma circular ou quadrada, estes poderiam apresentar a marcação de vários pratos, uma galeria de proteção ou um rebordo tipo salva de prata.
Entre nós, o tipo mais popular parece ter sido o do tampo circular, a julgar pelo elevado número de exemplares que tem surgido no mercado, fabricados em pau-santo ou em nogueira (por vezes escurecida de modo a imitar aquela madeira exótica), como este móvel.
No Museu da Quinta da Cruzes (Funchal) expõe-se um exemplar semelhante, embora executado em pau-santo.
(Bastos, 1999)
No cadatro dos bens do domínio público do Museu Regional de Arte e Arqueologia, enviado ao Ministério de Educação Nacional, em 1942 a mesa é mencionada no n.º 322. "Uma mesa de pé de galo, de nogueira, com o tampo circular recortado e emoldurado superiormente, formando uma espécie de taboleiro, modêlo muito interessante. Mede 0, 80m. 800$00"