Mesa

  • Museu: Museu de Lamego
  • Nº de Inventário: 342
  • Super Categoria: Arte
  • Categoria: Mobiliário
  • Autor: Autor desconhecido (-)
  • Datação: 1750/1800
  • Dimensões (cm): Alt. 88,5 x Larg. 68 x Prof. 75
  • Descrição: Tampo liso, retangular e moldurado. Aro liso com ângulos em aresta viva. Na frente, dispõem-se duas gavetas de frentes lisas, simplesmente molduradas e, no tardoz, duas gavetas fingidas. Nas quatro faces, observa-se um amplo avental de perfil moldurado, profusamente recortado em curvas, alternadamente côncavas e convexas. Assenta em pernas galbadas, com joelhos de saída brusca, em quina viva. Pés de garra e bola. Ferragens recortadas e vazadas, numa composição de flores, volutas e concheados rematada por uma ave de asas abertas. (Bastos, 1999)
  • Origem/Historial: A estrutura desta mesa recorda a de uma mesa de encostar, a que um avental e duas frentes de gavetas fingidas no seu tardoz indicam a sua deslocação do habitual alinhamento junto às paredes para um local que permitia a leitura total da peça. As ferragens são, segundo Robert Smith, típicas de Lisboa, talvez de fabrico da Real Fábrica da Fundição de metais, a qual executava modelos ao gosto francês, com figuras, quer ao gosto inglês. Estas últimas inspiravam-se provavelmente em estampas inglesas, por sua vez influenciadas pelo "rocaille" francês, como algumas estampas do famoso álbum de Thomas Chippendale. Assim, os pássaros que rematam estas ferragens, semelhantes a uma fénix do reportório ornamental chinês, podem ser observadas no "Director" de 1762, nos modelos para molduras de espelhos (estampas CLXVII, CLXXII), "girandoles" (estampa CLXXVIII) e espelhos de tremós (estampa CLXIX), juntamente com flores e concheados. Tanto as flores como os concheados estilizados que rodeiam a entrada de fechadura e os botões das argolas, surgem igulamente nos desenhos para puxadores e escudetes da mesma edição do "Director" (estampa CXCIX e CC). Nos autos de arrolamento de 1911 foi averbada "Uma meza de pau nogueira, com duas gavetas, estilo Luiz quinze", que se guardava numa das dependências da Sé de Lamego, onde funcionava o arquivo e o escritório do cabido. "Luis quinze" foi, aliás, a designação aplicada aos exemplares que ainda se observam na Sé de Lamego, com amplos aventais entalhados, talha realçada a dourado, pernas galbadas e pés de garra e bola, também elas arroladas na mesma época. Terá integrado o acervo do Museu entre 1920 e 1929. No Museu da Sé de Lamego conserva-se um exemplar muito semelhante, destituído de gaveta. (Bastos, 1999)
  • Incorporação: Sé de Lamego

Bibliografia

  • ACMLMG, Autos de Arrolamento da Comissão Concelhia de Inventário (Lei da Separação), Freguesia da Sé, vol. II - Cabido: 1911
  • BASTOS, Celina; PROENÇA, José António - Museu de Lamego. Mobiliário. Lisboa: IPM/Museu de Lamego, 1999

Multimédia

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