Dimensões (cm): Alt. 114 x Larg. 83,1 x Prof. 46,7
Descrição: Contador de forma paralelepipédica ao alto, dividida em dois corpos. O corpo superior é composto por dezasseis gavetas com mais duas abaixo dessas e um gavetão central no corpo inferior. Os puxadores das gavetas são em forma de botão estriado, estando o puxador da primeira gaveta do lado esquerdo em falta. Decoração embutida com motivos vegetalistas e onde os traços negros são realçados por pontos brancos. As ilhargas estão divididas em dois registos separados por moldura, com a mesma decoração que a frente. Pés são cariatides femininas da mitologia hindu, de peito desnudo e com caudas de sereia que enrolam na ponta e são rematadas por bases de pé direito.
Neste contador encontra-se o motivo do vaso estilizado, mas a decoração vegetalista, embutidos de ébano e marfim, é francamente mais sóbria. Na verdade, a ausência de pregaria e a existência de campo com moldura no gavetão inferior lembram alguns exemplos da produção de Cochim.
As ilhargas surpreendem com o dinamismo criado pela profusão de linhas curvas que se desenrolam em espirais e em movimentos convergentes e divergentes. O enquadramento de um campo com medalhão central por barras com decoração vegetalista é um modelo que vemos aplicado em outros contadores, mas também em outras expressões artísticas da arte indo-europeia, nomeadamente nos têxteis. Note-se que os pés deste contador representam a versão feminina dos Naga, as Nagini.
[Francisco Hipólito Raposo identificou já as diferenças entre a representação dos Naga (peito masculino e cauda enrolada para a frente) e das Nagini (com peito feminino e cauda enrolada para a parte posterior).]