Jarro/ Serviço de Mesa

  • Museu: Palácio Nacional da Ajuda
  • Nº de Inventário: 22903/126
  • Super Categoria: Arte
  • Categoria: Vidros
  • Autor: Autor desconhecido (Vidreiro / Gravador.)
  • Datação: 1862/1864
  • Técnica: Vidro soprado. Gravado. Dourado.
  • Dimensões (cm): Alt. 28,8 x Diâm. 9,6(base)
  • Descrição: Jarro com depósito para gêlo. Forma bojuda, bordo contracurvado e ondeado, imitando um trevo; depósito interior, ovalado, no bojo, junto à asa. Vidro fosco à excepção do depósito para gêlo e da asa que são em vidro transparente incolor. Filete dourado na asa e no bordo. Monograma da rainha D. Maria Pia, gravado e dourado.
  • Origem/Historial: Segundo o Arrolamento do palácio da Ajuda este serviço encontrava-se guardado na denominada Arrecadação das Pratas e Loiças de D. Maria Pia no piso térreo. Arquivo do PNA com documentação relativa a este serviço e que o caracteriza da seguinte forma: - serviço de mesa pertencente à Rainha D. Maria Pia - serviço nº6 - serve 3 pessoas Este serviço de mesa com o monograma da rainha D. Maria Pia deve ser estudado em comparação com outros serviços de mesa do espólio do PNA-Museu que estão relacionados com os bens adquiridos pelos reis por ocasião do seu casamento em 1862, nomeadamente, a Baixela Veyrat, cujas peças de vidro apresentam o mesmo monograma da rainha (sem dourado). Os serviços de mesa com o monograma do rei D. Luís (inv.nº47926 e 54814/A) foram adquiridos à casa Rihouet Lerosey, em França, de acordo com factura localizada (Torre do Tombo, A.H.M.F. Casa Real, Caixa 4703, doc. nº110) e datada de 22 de Dezembro de 1863. A escolha dos monogramas, estilo e técnica indicam tratarem-se de serviços com a mesma proveniência. Um copo com pé que integra este serviço foi leiloado pela Sotheby's de Genève (16 de Maio de 1992). ábrica de porcelanas e cristais Rihouet, Lerosey; fundada por Louis Marie François Rihouet; dirigida apartir de 1900 por Charles Lerosey; obtem título de fornecedor de porcelanas da casa real francesa em 1824. É fornecedor de várias outras casas reais nomeadamente da de Portugal. Jarro aparentemente idêntico a este (com monograma da Condessa de Edla) figurou na exposição e catálogo "D. Fernando de Saxe Coburgo-Gotha: Comemoração do 1º centenário da morte do rei-artista", Palácio Nacional da Pena, 1985. No século XIX era hábito distribuir pelos convidados, após a sobremesa, um "lavatório", isto é, um copo, uma tigela e um pires, que deviam ser de vidro azul, cristal branco ou leitoso. O mais usual seria lavar os dedos na tigela e depois lavar a boca com a água que ficava no copo e despejá-la na tigela. Aos lavatórios também se chamava "rince bouches", "copos para lavar os dedos" ou "fingerglass". (ver Mesa Real de Ana Marques Pereira, Edições Inapa, 2000, pg.106-107). Este serviço apresenta todas as peças em vidro transparente incolor à excepção dos lavabos, copos para lavar a boca e jarro com depósito para gêlo que possivelmente seriam para a fase distinta da lavagem das mãos e boca dos convidados. Junho 2003: de acordo com a bibliografia consultada (ver David Leigh, Decanters), estes jarros, já conhecidos no século XVIII para servir champanhe, surgem na 2ª metade do século XIX (era vitoriana) e são usualmente utilizados para servir vinho branco ou champanhe. O orifício para o gêlo permite que a bebida seja servida fresca. Era comum tratarem-se de peças de grandes dimensões em vidro incolor (raro) ou fosco (mais usual).
  • Incorporação: Casa Real
  • Centro de Fabrico: França

Bibliografia

  • APNA, Direcção Geral da Fazenda Pública, Arrolamento do Palácio Nacional da Ajuda, vol. 5, 1911
  • LEIGH, David - Decanters: 1760-1930. Inglaterra: Shire Books, 2002

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