Salva de pé alto

• Museu: Palácio Nacional da Ajuda
• Nº de Inventário: 5157
• Super Categoria: Arte
• Categoria: Ourivesaria
• Autor: Pintor (Ourives)
• Datação: Século 16/18
• Técnica: Prata gravada, cinzelada, repuxada e dourada
• Dimensões (cm): Alt. 20,6 x Diâm. 31,5
• Descrição: Salva de pé alto em prata dourada, gravada, repuxada e cinzelada, com decoração de tipo "grutesco", organizada em círculos concêntricos. O centro, alteado, apresenta um medalhão, de aplicação posterior, com as armas da Casa de Bragança, encimadas por um chapéu eclesiástico e ladeadas pelos cordões e borlas episcopais, atribuíveis a D. Gaspar de Bragança (1716-1789), o segundo dos chamados "meninos de Palhavã" (filhos ilegítimos de D. João V). Em 1756 foi nomeado para o Arcebispado de Braga, onde permaneceu durante trinta e um anos. O medalhão é moldurado por friso de folhas. A primeira faixa decorativa apresenta dois pares de meninos alados, vestindo túnicas atadas sobre a cintura, lavando as mãos numa fonte. Intercalam com dois pares de figuras fantásticas com corpo de leão alado, peito de mulher e cabeças humanas. Encontram-se voltadas de costas, permitindo que outro ser imaginário, de patas abertas, monte sobre o dorso de ambas. Esta primeira faixa é delimitada por um friso de motivos ondulados incisos. Um sulco côncavo liso separa esta faixa do segundo círculo decorativo. Neste, destacam-se os seguintes motivos nos quatro pontos diametralmente opostos: dois escudos com a Cruz de Cristo gravada, sustentados por dois animais fantásticos que os abocanham e dois motivos em forma de urna (?), encimados por animais que se assemelham a pequenos leões. Estes quatro motivos são intercalados por meninos de corpo desnudado que brincam no interior de hastes espiraladas com volutas e folhagem. Quatro destes meninos trazem no braço um cesto de verga e ostentam asas. O fundo desta faixa é decorado com pequenas incisões puncionadas formando um vermiculado. A orla exterior desta faixa, com o mesmo vermiculado sobre o fundo, apresenta uma haste ondulada com folhagem, da qual brotam folhas trifoliadas. Esta segunda faixa é delimitada nas duas margens por friso de motivos ondulados incisos. Bordo recortado, decorado com faixa de óvulos e entrelaços, circundada por concheados, intercalando corolas de flores molduradas por volutas. Reverso do prato com profusa decoração simétrica relevada de volutas e folhagem, destacando-se quatro masacrões intercalados por igual número de festões de flores e frutos. Faixa com recticulado de quadrículas no contorno exterior. Pé circular, decorado por friso de palmetas e dois registos, um com decoração cinzelada de volutas e folhagem e, o outro, com corolas de flores e folhagem. Haste com nó em forma de urna com volutas e caneluras verticais.
• Origem/Historial: Esta peça pertenceu provavelmente a D. Gaspar de Bragança (1716-1789), um dos "meninos de Palhavã" (filhos ilegítimos de D. Joaõ V), designado arcebispo primaz de Braga em 1758. Mais tarde integrou os bens da Casa Real portuguesa, passando a fazer parte do vasto conjunto de prata de aparato. Invetariada no "Arrolamento do Palácio Nacional das Necessidades", Vol. 7, 1910-1912, sob a verba "16948" e transferida para o Palácio Nacional da Ajuda em 1929.
• Incorporação: Casa Real
• Centro de Fabrico: Portugal