Galheta
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Museu: Palácio Nacional da Ajuda
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Nº de Inventário: 45924
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Super Categoria:
Arte
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Categoria: Vidros
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Autor:
Autor desconhecido (Vidreiro)
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Datação: 1788/1816
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Técnica: Vidro soprado. Moldado. Lapidado.
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Dimensões (cm): Alt. 20,8(sem rolha); 25(com rolha) x Diâm. 5,8(base)
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Descrição: Galheta de forma troncocónica invertida, ligeiramente bojuda na secção superior do corpo; colo cilíndrico; bico contracurvado; asa rectilínea. Vidro transparente incolor. Decoração composta por sequência de padrões geometrizados, sendo o primeiro ovalado, o segundo de losângulos em ponta de diamante facetados, o terceiro de facetas de gravação profunda com as extremidades em bico, o quarto é idêntico ao padrão de losângulos e, no colo, facetas dispostas verticalmente.
Rolha ovalada com decoração facetada em forma de losângulos.
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Origem/Historial: Segundo o Arrolamento do PNA, esta galheta encontrava-se guardada na denominada Casa da Arrecadação das Pratas de D. Maria Pia no piso térreo. Está identificada como fazendo parte do serviço conhecido por "Ramalhão", sendo peças a uso da Rainha Maria Pia:" O registoa fº 56, onde relaciona o serviço de Vidros do Ramalhão, sob o nº 1 dá como existentes aqui, nesta casa, onze garrafas differentes, com as respectivas rolhas, duas compoteiras differentes, com tampas e pratos respectivos, não existindo nenhum destes objetctos, e que não figuram no registo, há: Nº1168/ Duas galhetas de cristal lapidado, com rolhas, uma com asa e outra sem ella, uma com faixas lapidados em ponta de diamante e outra com uma faixa, sendo esta forma de lapidado a caracteristica dos cristaes conhecidos neste palácio com a designação de Ramalhão, segundo a informação de Pedro Dias (...)".
O Arrolamento refere que:" Estes vidros arrolados desde o nº1137 até 1172, estão nos dois armários de misulas, na frente, um na parede oeste e outro na parede norte, e pertencem ao serviço que D. Manuel era obrigado a dar a sua avó, D. Maria Pia, só para seu uso."
Estas peças fizeram parte do designado "serviço do Ramalhão", utilizado pela Rainha D. Carlota Joaquina no seu paço sintrense. O conjunto engloba peças (refrescadores de copos) que ostentam as iniciais "CJPB", encimadas pela coroa real com cinco hastes perladas, representação relativa a D. Carlota Joaquina, Princesa do Brasil (1788-1830).
A soberana usou o título de Princesa do Brasil entre 1788 a 1816. Parte desse período, a corte portuguesa permaneceu em território brasileiro (1808-1821). Por essa razão e dada a tipologia (neoclássica) das peças é muito provável que o serviço tenha sido encomendado entre aquelas datas e posteriormente trazido pela corte em 1821, ano em que regressaram do Brasil. Após a chegada foi incorporado no recheio do paço do Ramalhão, local onde a rainha residiu entre 1822 e 1830 (o ano da sua morte).
De acordo com o inventário dos bens do palácio do Ramalhão, de 1842, as peça estava, descritas como:"Duas galhetas de Cristal lavrado com duas rolhas". ("Relação da loiça e vidros que erão do Ramalhão e ficarão para serviço da Real Manthearia intregues ao Moço da mesma, o Sr. Amaro Francisco Parente, por ordem do Exmo Sr.D. Manoel de Portugal e Castro, cuja entrega teve em princípio em 21 de Julho de 1841 e fim em 11 de Maio de 1842").
Segundo John Smith : "Two not matching oil/vinegar. Not anglo-irish."
Objectos relacionados:
Galheta (Serviço Ramalhão) PNA - Invº 45925
Taça (Serviço Ramalhão) PNA - Invº57390
Taça (Serviço Ramalhão) PNA - Invº57391
Taça (Serviço Ramalhão) PNA - Invº57392
Garrafas (Serviço Ramalhão) PNA- Invº57163 a 57171
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Incorporação: Casa Real
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Centro de Fabrico: Europa
Bibliografia
- APNA, Direcção Geral da Fazenda Pública, Arrolamento do Palácio Nacional da Ajuda, vol. 4, 1911