Técnica: Mogno envernizado; metal dourado; couro azul dourado
Dimensões (cm): Comp. 31,8 x Alt. 10,5 x Larg. 24,3
Descrição: Caixa de pintura em madeira de mogno, de forma rectângular. A tampa, articulada, apresenta ao centro, na parte superior, uma placa de bronze embutida e presa, na parte posterior, por dobradiças. Na parte dianteira, um espelho de fechadura de bronze embutido com a respectiva chave; na parte inferior uma gaveta com um puxador inserido num espelho de bronze embutido. A tampa está forrada de couro tingido de azul com a marca do fornecedor impressa a dourado.
O estojo possui vários compartimentos e um tabuleiro de encaixe para acondicionar vários materiais de pintura, como: pastilhas de tinta e tintas metálicas para pintura a aguarela, iluminura e heráldica; frascos de porcelana com pigmentos de várias cores, frascos de vidro com tinta, lápis de carvão, pinceis em pelo de marta e pelo preto, sangínea e giz, esfuminhos, régua, esponja, frasco de vidro, algodão, dobradeira de marfim e suporte para pincéis, cochas e godés.
Na parte horizontal da frente da caixa, junto à fechadura, possui um pau com cabeça que encaixa num orificio e serve de fecho à gaveta inferior. A gaveta não tem divisões.
Origem/Historial: A partir de finais do séc. XVII, verificou-se um número crescente de artistas dedicados à pintura de aguarela,m pelo que o comercio do ramo começoua criar e a disponibilizar uma grande diversidade de caixas de tintas em formatos standartizados, caixas essas de apresentação apelaticva e convenientes à utilização doméstica, como é o caso desta caixa da marca G. Rowney & Co. (Ferraz 2016)
Conforme o Arrolamento Judicial, encontrava-se no Atelier no andar Nobre. Está descrito como: "Uma caixa de mogno envernizado, com chave que tem, medindo (...) e, dentro, vários compartimentos, tendo no primeiro da frente um frasco de cristal, baixo e comprido com carmim.=Quatro pequenas conchas com ouro a meia concha.= No segundo compartimento dividido em quatro, sendo o último da direita com tampa: dois frascos de cristal iguaes, facetados, com rolhas de buxo no primeiro da esquerda, um cheio de tinta clara e outro de uma tinta escura.= No segundo um meio copo de cristal facetado. = No terceiro, tapado com uma tampa, um tabuleiro de faiança branca, com três lugares para tinta, tendo ainda em dois lugares, carmim e tendo por baixo deles oito pacotes diferentes, de differentes cores. _ E no último, uma caixa pequena de madeira envernizada, com tampa de correr da direita para a esquerda, tendo na parte superior um botão de marfim. No terceiro compartimento, um tabuleiro com vinte e cinco pães de diversas tintas, e por baixo d'elle um tabuleiro para pincéis, e por baixo d'este um descanso de marfim para pincéis, e n'outro compartimento a seguir, nove esfuminhos de couro, de differentes tamanhos e grossuras, e um cabo de um pincel, e n'uma gaveta que tem no fundo e que fecha com um travessão de metal, na parte superior , ao lado da fechadura, tem uma régua de madeira com diversas graduações, uma pequenina faca de marfim, e um quadrado de cortiça com nove percevejos"
Incorporação: Casa Real
Centro de Fabrico: Grã-Bretanha
Bibliografia
APNA, Direcção Geral da Fazenda Pública, Arrolamento do Palácio Nacional da Ajuda, vol. 8, 1912.
Um Olhar Real. Obra Artística da Rainha D. Maria Pia. Catálogo de exposição, Lisboa, Palácio Nacional da Ajuda, 2016
Exposições
D. Luís I, Duque do Porto e Rei de Portugal
Palácio Nacional da Ajuda - Museu
1/1/1990 a 31/7/1990
Exposição Física
Um Olhar Real. Obra Artística da Rainha D. Maria Pia, Lisboa, Palácio Nacional da Ajuda, 2016