Descrição: Bacia de barba de forma circular em prata lisa. Fundo covo em calote, aba horizontal plana com quatro recortes semicirculares reentrantes e de disposição simétrica, intercalados por duplos recortes em "S". Bordo moldurado por friso de meia cana.
Origem/Historial: Em 1911, por ocasião do arrolamento dos bens da Casa Real, esta bacia e o respectivo gomil (inv. 10712) encontravam-se expostos na Sala da Música onde foram arrolados sob a verba "I 24" e descritos nos seguintes termos: "Jarro e bacia de prata, lisos, sem marca visivel, sendo a bacia recortada nos seus bordos por quatro reentrancias principaes, curvas que se ajustam facilamente ao pescoço humano, parecendo que deveria servir para a... Ver maisgua quente para fazer a barba. O jarro tem a altura, na parte central 0,17 e de grossura madia 0,35 approximadamente e a bacia 0,06 d'altura e 0,35 de diametro". (APNA, Direcção Geral da Fazenda Pública, Arrolamento do Palácio Nacional da Ajuda, vol. 1, 1911, fls. 29 e 29v.).
A Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva possui no seu acervo uma bacia de quatro entalhes em tudo semelhante à do Palácio Nacional da Ajuda (FRESS, inv. 69). A diferença entre ambas reside fundamentalmente nas marcas e no peso. O exemplar do Palácio da Ajuda não ostenta quaisquer marcas e regista um peso inferior. A bacia da Fundação apresenta-se marcada sobre a aba com o punção do ourives lisboeta António Martins de Almeida (A.M), datável de finais do século XVII até c. 1720 (L-123, M.A.) e com a marca de ensaiador (L coroado) (L-21 ou 22, M.A.), datável do mesmo período.
Na exposição de ourivesaria "Maio Florido", realizada em 1964 foi apresentada uma bacia muito semelhante a estas mas de formato oval e com apenas dois entalhes. Tal como a do Palácio da Ajuda, também desprovida de marcas (cat. 57).