Triunfo de Marte
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Museu: Palácio Nacional da Ajuda
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Nº de Inventário: 67
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Super Categoria:
Arte
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Categoria: Têxteis
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Autor:
Leyniers, Urbanus; (Tapeceiro)
Orley, Jan Van; (Pintor)
Coppens, Augustin (Pintor)
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Datação: 1728/1729
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Técnica: Tapeçaria de liço
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Dimensões (cm): Alt. 421 x Larg. 391
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Descrição: Marte, deus da guerra e um dos doze deuses do Olimpo, domina a composição. Representado com um casco emplumado, ceptro e escudo, está sentado num carro triunfal. Este é puxado por dois leões conduzidos por figuras aladas: a Fortuna segurando uma roda, símbolo da sua instabilidade e, montado num leão, um putti empunhando um bastão encimado por uma coroa de louros.
Sobre a cabeça do deus Marte, outra figura alada (o Triunfo?) segura uma coroa de louros. À sua esquerda, sobre uma nuvem, uma figura alada com duas trombetas (a Fama?). Em primeiro plano, à direita, um cavaleiro arrasta alguns prisioneiros.
Em segundo plano, dois cavaleiros e uma figura coroada com louro. Ao fundo uma paisagem arborizada.
Na tapeçaria, o cortejo triunfal está orientado da direita para a esquerda, no sentido inverso ao cartão pintado por Jan van Orley (1665-1735) e Augustin Coppen (1668-1740).
A tapeçaria apresenta apenas as figuras centrais do cartão. Na composição completa, guerreiros transportando peças de ourivesaria (despojos de guerra?) e estandartes precedem e seguem o carro triunfal.
Cercaduras e orlas:
As cercaduras imitam molduras em madeira entalhada. Reproduzem motivos florais enquadrados por folhagens e são rematadas, nos quatro cantos, por ornamentos em forma de concha e ramos de flores. São contornadas por uma orla castanha.
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Origem/Historial: A armação "Triunfo dos Deuses", tecida na oficina de Urbanus Leyniers e destinada ao rei D. João V, era constiruída por seis tapeçarias. Destas, só restam quatro.
A aquisição da série, que chegou a Lisboa em 1729, foi intermediada pelo embaixador D. Luís da Cunha.
Sobre este assunto veja-se "Tapeçarias da Casa Real ..." (campo Bibliografia).
A 1ª edição desta armação, tecida em 1717, destinava-se a uma sala do Colégio jurídico de Oudburg.
A série deverá ter sido colocada na Sala do Reposteiro cerca de 1862, quando o Paço da Ajuda foi redecorado para receber o rei D. Luís e a rainha D. Maria Pia.
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Incorporação: Casa Real
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Bibliografia
- APNA, Direcção Geral da Fazenda Pública, Arrolamento do Palácio Nacional da Ajuda, vol. 1, 1911
- MENDONÇA, Maria José de - Inventário de Tapeçarias existentes em Museus e Palácios Nacionais. Lisboa: Instituto Português do Património Cultural, 1983
- SANTANA, Maria Manuela - Tapeçarias da Casa Real Portuguesa em Setecentos: a Colecção do Palácio Nacional da Ajuda [Tese de Mestrado, Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras]. Lisboa,: 2006
- Santana, Maria Manuela, “Tapeçarias do Palácio Nacional da Ajuda: o Triunfo dos Deuses”, Actas do 3º Colóquio de Artes Decorativas, Iconografia e Fontes de Inspiração: imagem e memória da gravura europeia, Lisboa, Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva (FRESS)- Instituo de História de Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, 2011, ISBN (FRESS): 978-972-8253-54-7; ISBN (IHA): 978-989-95291-5-1.