Descrição: A escultura do rei, a meio corpo, apresenta-se numa pose majestática, acentuada pela posição do braço esquerdo, apoiando a mão à cintura, e com a mão direita segurando um bastão militar. Traja armadura envolta em manto, a cabeça é adornada por uma cabeleira de canudos, coroada de laurel. Na base da escultura encontram-se diversos objetos relativos às artes liberais sob proteção régia, entre as quais se conta a escultura, o desenho, a pintura, ... Ver maisa arquitetura e a música. Numa face plana da cabeça de um martelo (um dos instrumentos do escultor) encontra-se a assinatura do autor: “ALEXA/DE/IVST/ROM”.
Origem/Historial: De acordo com Sandra Saldanha e Quadros, a presente estátua de D. João V, em gesso, poderá ter servido de modelo à escultura definitiva, realizada em mármore de Carrara (PNM 7509), presentemente exposta na Galeria da Bênção do Palácio Nacional de Mafra, a qual foi originalmente destinada a figurar na Biblioteca do Convento Oratoriano anexa ao Palácio das Necessidades, em Lisboa. Tal como a estátua definitiva, este modelo terá sido ... Ver maisrealizado em Roma, cerca de 1748-49, sendo assim a primeira peça executada pelo escultor italiano Alessandro Giusti (1715-1799), para a corte portuguesa e malogradamente a última representação do rei D. João V, já que o monarca veio a falecer a 31 de julho de 1750. Esta figuração revela toda a espessura psicológica de um grande monarca no auge do seu longo e profícuo reinado, com perto de 60 anos de idade, atestando a grandeza régia e o seu alto patrocínio às artes e letras.
A escultura foi registada no Livro de Tombo apenas em 2.9.2005, embora se encontrasse guardada no Palácio de Mafra, numa das Galerias da Sala da Benção, desconhecendo-se a proveniência nem memória da data de incorporação.
Existem duas outras representações idênticas, nomeadamente um mármore exibido na Galeria da Bênção (INV. PNM 7509) e outro, em bronze, fundido no reinado de D. Carlos I, pertencente ao Museu de São Roque em Lisboa.
No caso do mármore, este não apresenta a assinatura do escultor e, completando a asserção iconográfica, dispõe de um plinto marmóreo com a seguinte inscrição: JOANNI. V. | REGI. FIDELISSIMO | DIVINI CVLTVS | BONARVMQVE ARTIVM | CVRATORI OPTIMO | QVOD | PVBLICAE VTILITATI | CONSVLENS | DOMVM HANC | ER[E] XERIT | JOSEPHVS I. | POSVIT | PARENTI | FILIVS (A João V, Rei Fidelíssimo, o melhor curador do culto Divino e das Belas Artes porque, vigilante da utilidade pública, construiu esta casa. O filho, José I, dedicou ao pai). Liga-se de perto à atividade de Giusti na Escola de escultura de Mafra.