Nossa Senhora da Penha de França
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Museu: Palácio Nacional de Mafra
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Nº de Inventário: PNM 106
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Super Categoria:
Arte
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Categoria: Escultura
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Autor:
Autor desconhecido (Escultor)
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Datação: Século 18
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Técnica: Escultura de vulto pleno, estofada, policromada e dourada.
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Dimensões (cm): Alt. 63 x Larg. 24 x Prof. 17
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Descrição: Imagem em madeira estofada, policromada e dourada, representando a Virgem Maria com o Menino Jesus sob a invocação de Nossa Senhora da Penha de França, também identificada como Nossa Senhora da Pena. Figura feminina, de corpo inteiro, de pé, de rosto rosado, olhando em frente, nariz aquilino, cabelos longos castanhos. Veste túnica comprida vermelha com cordão à cintura, ornamentada com motivos vegetalistas a dourado e manto azul de drapeados e com motivos vegetalistas, a dourado, que nas costas se repetem pela orla. Com o braço esquerdo segura o Menino Jesus, de cabelo castanho encaracolado, olhando em frente, com rosto rosado, braço direito estendido; vestido com túnica dourada. Pousa sobre um penhasco com um lagarto do lado direito e um pastor dormindo, do lado esquerdo. Assenta em base rectangular de cantos dianteiros cortados.
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Origem/Historial: Armindo Ayres de Carvalho, conservador do Palácio Nacional de Mafra entre 1947 e os anos 70 do século 20, refere esta imagem como representando Nossa Senhora e o Menino, colocando a hipótese de ser Nossa Senhora da Pena, cuja iconografia (o lagarto e o pastor) corresponde também a Nossa Senhora da Penha de França. Segundo P. Jacinto dos Reis, Nossa Senhora da Penha é muito antiga em Portugal, e mais antiga ainda em Salamanca. O modo como esta devoção se propagou em Portugal é contada por muitos historiadores. Todos dizem que um António Simões, artista de talha, se alistou no exército que, com D. Sebastião, fora para África. Entrou na infeliz batalha de Alcácer Quibir. Aflito, prometeu a Nossa Senhora, se escapasse, fazer-Lhe imagens para oferecer, umas 7 ou 9, segundo uns. À medida que as ia fazendo dava-lhes uma invocação. Porém, chegando à última, teve dúvidas sobre que invocação lhe havia de pôr. Tirou-o do embaraço o jesuita, padre Inácio Martins, muito conhecido pela sua cartilha, que o aconselhou a dar à imagem o título de Nossa Senhora da Penha.
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Incorporação: Pertenceu ao Convento de Santos-o-Novo em Lisboa, passando ao Palácio Nacional de Queluz, tendo sido transferida em 1950 para o Palácio Nacional de Mafra.
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Bibliografia
- Palácio Nacional de Mafra - Arquivos - Dossier de Entrada de Espécies
- REIS, P. Jacinto dos - Invocações de Nossa Senhora em Portugal d'Aquém e d'Além-Mar e seu Padroado. Fátima: Livraria Verdade e Vida - Editora, 1967