Descrição: Pintura com retrato de D. Carlota Joaquina de Bourbon, Rainha de Portugal, em moldura oval, a meio corpo, voltada a mais de três quartos à direita, dirigindo o olhar para a frente, cabelo apanhado com faixa de seda branca e fiada de pérolas, brinco com o mesmo tipo de contas e colar de duas voltas de pérolas ao pescoço. Traja vestido de seda branco com decote debruado com folho de renda e ostenta as bandas da Ordem da Cruz Estrelada da Áustria... Ver mais e da Ordem das Damas Nobres de Santa Isabel a tiracolo.
Medalhão oval de prata, encerrando no verso uma pequena trança que circunda uma madeixa de cabelo, sobre pequeno estojo de veludo bordeaux. O retrato está fixado ao estojo por meio de quatro pequenos ferros em forma de gancho.
Origem/Historial: D. Carlota Joaquina (1775-1830), filha de Carlos IV de Espanha, nasceu em Aranjuez, em 1775, e faleceu em Queluz, em 1830. Casada aos 10 anos com o infante D. João, filho de D. Maria I, ascendeu a princesa herdeira após a morte do príncipe D. José, primogénito da rainha. Dotada de temperamento violento, voluntariosa, duma devoção fanática, a ausência de sólida educação familiar contribuiu para ela dar largas a um natural exuberante... Ver mais, tantas vezes em oposição com a compostura que convinha à sua posição, tendo estado quase sempre em conflito com o o marido, particularmente desde que este, por efeito da loucura da rainha, assumiu a regência (1792). Sem compreender o grande drama que então começava a representar-se para lá dos Pirinéus, sempre se mostrou intolerante com as novas ideias e reacionária à maneira espanhola. Implicada numa conjura para desapossar do governo o príncipe-regente, não quis este castigá-la, mas fixou-lhe residência em Queluz, vivendo os dois separados até à morte de D. João. Passando ao Rio de Janeiro por ocasião da 1.ª invasão francesa (1808), ali alimentou as esperanças de vir a reinar nas colónias espanholas, visto seu pai e seu irmão primogénito terem sido forçados por Napoleão a abdicar. Após um período de actividade febril da sua parte, em que se correspondeu com as autoridades das colónias espanholas na ambição de realizar os seus planos, nada daí resultou à medida dos seus desejos. Regressando a Lisboa em 1821, recusou-se teerminantemente a jurar a Constituição, e desde então votou-se a orientar a contra-revolução que teve o seu executor no infante D. Miguel. Tendo-lhe sido fixada residência na Quinta do Ramalhão, ali planeou a Vila-Francada, depois do que voltou à capital. Reincidente, preparou o golpe da Abrilada, mas, fracassado este, novamente lhe foi fixada residência, desta vez em Queluz, onde continuou a conspirar até à morte do rei (1826). Quando D. Miguel voltou a Portugal (1826), de novo a mãe lhe deu o seu apoio, contribuindo assim para o golpe de Estado que elevou o infante a rei, continuando depois a aconselhá-lo, sem chegar, porém, a viver o bastante para ver a derrota do filho e o seu exílio definitivo.