Descrição: Consola de secção rectangular, em madeira de casquinha folheada a ouro e tampo de mármore branco de Estremoz. Aro decorado com motivos vegetalistas formando arabescos e rosetas de talha aplicada. Pernas em estípite de secção quadrada estreitando para baixo com talha aplicada de motivos vegetalistas e terminando com folhas de acanto. Trempe ondulada e cruzada com urna.
Origem/Historial: Nº 114 dos Salvados.
Colecção da Casa Real
Este exemplar de espelho e mesa de encostar é dos poucos móveis estampilhados da autoria de marceneiros portugueses, uma vez que tal prática não era obrigatória em Portugal. Do seu autor, José Aniceto Raposo que trabalhou em Lisboa entre os finais do séc. XVIII e o início do séc. XIX, com oficina no Loreto, conhece-se outro móvel, uma mesa de biblioteca, também essa, estampilhada e pertencente ao Museu de Artes Decorativas da Fundação Ricardo Espírito Santo silva. Encontra-se também referência a uma "Banca de hua só taboa para jantar" feita por este marceneiro para a nau "D. João VI" que transportou a arquiduquesa D. Leopoldina, ao Rio de Janeiro, em 1817 e cujo paradeiro se desconhece. (AHMF, Cx. 126, fl27, 1817).
Apresenta as iniciais RPC (Real Paço de Sintra) no interior do aro. Na pedra etiqueta bagagens Belém
Incorporação: Coleções Reais, fundo antigo do Palácio Nacional de Queluz. Nº 114 dos Salvados (1934). Nº de ordem 464 do Cadastro dos Bens do Domínio Público de 1941.
Centro de Fabrico: Portugal
Bibliografia
SANTOS, Reinaldo - Oito Séculos de Arte Portuguesa História e Espírito. Lisboa: Editorial Notícias, s.d.