Virgem da cadeira
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Museu: Museu de Lamego
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Nº de Inventário: 905
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Super Categoria:
Arte
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Categoria: Gravura
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Autor:
Morghen, Raphael (Florença, 1758-1833); (Gravador)
Antony, Nicola (Impressor)
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Datação: 1770/1833
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Suporte: Papel
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Técnica: Gravura a buril
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Dimensões (cm): Alt. 43 x Larg. 36
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Descrição: Gravura reproduzindo uma das mais célebres obras de Rafael (Urbino, 1483 - Roma, 1520), a "Madonna della Seggiola" (A Virgem da Cadeira) - c.1514. Composição concentrada onde figuram a Virgem, o Menino e São João Batista, ainda criança. A opção do formato em "tondo" obriga a uma exagerada inclinação da cabeça da Virgem, de modo a acompanhar o movimento circular da composição. A Virgem está sentada numa cadeira da qual é apenas visível um dos braços que se cinge a um elemento vertical; usa um lenço das mulheres romanas enrolado à volta da cabeça e um xaile traçado, com franja a cair-lhe sobre as costas. Abraça, com ternura, o Menino que sustém no colo. Este usa uma ligeira veste, arregaçada, deixando-lhe a descoberto os membros roliços. São João Batista situa-se no canto direito; de olhar enternecido e em atitude de oração, veste-se com uma pele, e abraça, junto ao peito, uma vara crucífera.
Composição de que se desprende um clima de afetividade e intimismo, o que é sublinhado pelo próprio formato.
Possui legenda.
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Origem/Historial: Trata-se de uma cópia, do original a óleo sobre madeira, "Madonna della Seggiola" ( A Virgem da Cadeira) pintada por Rafael, c.1514 (Urbino 1483 - Roma 1520) e se conserva em Florença, na Galeria Palatina do Palácio Pitti.
De acordo com a respetiva legenda, o original da gravura foi executada, por Raphael Morghen, para o General Monfrendini, tendo sido impressa, em Roma, na oficina de Nicola de Antony, situada na Via del Corso.
O gravador, Raphael Morghen (Florença, 1758-1833), foi um dos maiores gravadores de finais do século XVIII e inícios do XIX que inicou a sua aprendizagem com o pai, Filippo Morghen, destacado gravador de assuntos mitológicos e de retratos. Filippo Morghen, cedo reconheceu o talento do filho e enviou-o para Roma para completar a sua formação.
Com a tenra idade de 12 anos, publica a sua primeira gravura e aos 20 estabelece-se, por conta própria, recebendo numerosas encomendas de retratos, assuntos mitológicos e religiosos. Viveu e trabalhou em Nápoles, Roma e Florença, tendo executado, no total, 252 gravuras originais, a partir de obras de mestres como Rafael, Ticiano, Bronzino, Correggio, Matteini.
Foi membro das mais prestigiadas academias italianas e do Instituto Francês e indicado, pelo Grão-Duque Ferdinando II (1793), professor principal da Academia de Florença, influenciado toda uma geração de gravadores do princípio do século XIX.
Possuidor de uma técnica notável, a sua obra destaca-se por valores tonais e texturais inegualáveis.
(Bibliografia: Greg & Connie Peters, "Raphael Morghen", In »The Art of the Print» [Em linha]: http://www.artoftheprint.com/artistpages/morghenraphael_angelicaandmedoro_htm)
O Museu de Lamego possui uma outra gravura de Raphael Morghen, figurando "Santa Maria Madalena Penitente" (inv. 903), a partir de Murillo. Ambos os exemplares foram doados ao Museu de Lamego, em 1940, pela viúva do poeta lamecense Fausto Guedes Teixeira.
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Incorporação: Oferta do Poeta Fausto Guedes Teixeira ( Proc.1 - A. 1 / oft)
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Centro de Fabrico: Roma
Bibliografia
- Greg & Connie Peters, "Raphael Morghen", In »The Art of the Print» [Em linha]: http://www.artoftheprint.com/artistpages/morghenraphael_angelicaandmedoro_htm