Candil
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Museu: Museu Nacional de Arqueologia
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Nº de Inventário: 16991
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Super Categoria:
Arqueologia
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Categoria: Cerâmica
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Datação: Século 12/13
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Técnica: Torno
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Dimensões (cm): Comp. 10,5 x Alt. 4,7 x Diâm. base: 3,3; boca: 2,4
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Descrição: Candil com bico de canal, fabricado em cerâmica, coberto de engobe cor de almagre em ambas as faces. Apresenta base plana com vestígios de apoio no forno, depósito troncóconico de carena acusada, colo baixo de forma bitroncóconica com bordo de secção triangular ligeiramente esvasado. Tem asa de fita unida ao colo no exterior e bico de canal de paredes facetadas e com a ponta marcadamente levantada e ponteaguda. É um exemplar conservado inteiro, de dimensões invulgarmente pequenas mas bem proporcionadas. A pasta é alaranjada e homogénea.
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Origem/Historial: Em 1877, Estácio da Veiga foi convidado pelo Sr. Conselheiro Geral de Instrução Pública, a proceder a um exame dos vestígios antigos do concelho de Mértola e a apresentar a revisão da carta arqueológica local. Iniciaram-se, deste modo, as escavações em 2 de Março de 1877, um pouco por todo o concelho, pondo a descoberto vestígios de várias épocas pré-históricas e históricas, desde o Neolítico até à Idade Média, dando a conhecer uma Mértola bem mais antiga do que as fontes escritas testemunhavam até então. A grande maioria destes objectos foram, em primeira instância, depositados num gabinete reservado da Academia Real de Belas Artes, sendo mais tarde integrados nas colecções do Museu Etnológico J.L.V.
Em 1895, o Dr. José Leite de Vasconcelos, em visita a Mértola, procede a novas escavações, aumentando substancialmente as descobertas e consequentemente o acervo do Museu. O espólio de Mértola, pertencente ao Museu, foi igualmente enriquecido, ao longo dos anos, através de inúmeras doações ou por compra de peças.
Estudo da peça: Eva - Maria von Kemnitz
Este candil provém de Mértola.
Apresenta uma forma de candil bastante peculiar, de dimensões invulgarmente pequenas mas bem proporcionadas. A carena acusada do depósito acompanha a evolução de outros artefactos cerâmicos da época almóada como taças ou jarras que apresentam o mesmo tipo de carena. O bico de canal com a ponta marcadamente levantada e ponteaguda aproxima-se da forma dos bicos de outros candis, apresentando até certa semelhança com os candis em metal da mesma época.
Na colecção islâmica do MNA existe um outro candil que representa a mesma tipologia, engobado em ambas as faces de cor de almagre, proveniente de Silves, nº Inv. 17069, que difere deste apenas pelas dimensões um pouco maiores, mantendo as mesmas proporções elegantes e por possuir uma decoração em forma de linhas incisas verticais, paralelas entre si e junto do bico de canal. De assinalar que a decoração incisa é também típica para o período almóada.
Existe ainda um outro exemplar, muito semelhante ao nº Inv. 16991, que ostenta decoração em forma de linhas incisas junto do bico de canal, também de Silves, nomeadamente o nº Inv. 17072, actualmente em depósito no Museu Municipal de Arqueologia de Silves.
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Incorporação: Desconhecida
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Bibliografia
- KEMNITZ, Eva - Maria von - "Os Candis da Colecção do Museu Nacional de Arqueologia", O Arqueólogo Português, Série IV vol:11/!2. Lisboa: MNA, 1993-1994
- ZOZAYA, Juan - "Aperçu général sur la céramique espagnole", La Céramique Méd. en Méditerrannée Occid.. Paris: CNRS, 1980