Candil

  • Museu: Museu Nacional de Arqueologia
  • Nº de Inventário: 12793
  • Super Categoria: Arqueologia
  • Categoria: Cerâmica
  • Datação: Século 12/13
  • Técnica: Torno
  • Dimensões (cm): Alt. depósito: 2,2 x Diâm. base do depósito: 5,5
  • Descrição: Candil de pé alto de cerâmica coberto totalmente de vidrado castanho alaranjado. O candil incompleto apresenta depósito aberto de forma trilobada, bordo de secção triangular ligeiramente esvasado. A partir da base plana do depósito desenvolve-se o arranque do pé, ôco por dentro e asa de fita de secção oval. Na ponta do depósito são visíveis vestígios de fuligem. A pasta é alaranjada, homogénea e bem depurada com alguns elementos não plásticos.
  • Origem/Historial: Em 1877, Estácio da Veiga foi convidado pelo Sr. Conselheiro Geral de Instrução Pública, a proceder a um exame dos vestígios antigos do concelho de Mértola e a apresentar a revisão da carta arqueológica local. Iniciaram-se, deste modo, as escavações em 2 de Março de 1877, um pouco por todo o concelho, pondo a descoberto vestígios de várias épocas pré-históricas e históricas, desde o Neolítico até à Idade Média, dando a conhecer uma Mértola bem mais antiga do que as fontes escritas testemunhavam até então. A grande maioria destes objectos foram, em primeira instância, depositados num gabinete reservado da Academia Real de Belas Artes, sendo mais tarde integrados nas colecções do Museu Etnológico J.L.V. Em 1895, o Dr. José Leite de Vasconcelos, em visita a Mértola, procede a novas escavações, aumentando substancialmente as descobertas e consequentemente o acervo do Museu. O espólio de Mértola, pertencente ao Museu, foi igualmente enriquecido, ao longo dos anos, através de inúmeras doações ou por compra de peças. Estudo da peça: Eva - Maria von Kemnitz Este fragmento de candil provém de Mértola onde foi recolhido na zona do castelo sendo desconhecidos outros pormenores do achado. Representa a tipologia de candil de pé alto que se situa no contexto das produções cerâmicas comuns de vidrado monócromo, sem secoração, que aparece em diversos sítios do Al-Andalus atribuído ao período dos sécs. XII/XIII. O Museu Municipal de Arqueologia de Silves integra na sua exposição permanente diversos exemplares análogos exumados na zona de alcáçova.Também as escavações em Mértola revelaram peças semelhantes. Igualmente no acervo do MNA existem alguns exemplares de candis de pé alto, todos incompletos, recolhidos em Beja (nº Inv. 12000/8/79); em Mértola (nºs Inv. 12000/10/79; 12794 A; 12794 B; 12777 F); em Loulé (nº Inv. 17125 B) ou ainda outros de proveniência desconhecida, nomeadamente nºs Inv. 12000/12/79; 12000/13/79 e 12000/14/79.
  • Incorporação: Desconhecida

Bibliografia

  • ALARCAO, J. (Coord); Ana Isabel SANTOS - De Ulisses a Viriato. O primeiro milénio a.C.. Lisboa: MNA, 1996
  • CARDENAL, Micheline Grenier de - "Recherches sur la Céramique Médiévale Marocaine", in La Céramique Médiévale en Méditerranée Occidentale. Paris: éd. CNRS, 1980
  • KEMNITZ, Eva - Maria von - "Os Candis da Colecção do Museu Nacional de Arqueologia", O Arqueólogo Português, Série IV vol:11/!2. Lisboa: MNA, 1993-1994
  • ROSSELLÓ BORDOY, Guillermo - Ensayo de Sistematización de la Ceramica Árabe en Mallorca. Palma de Mallorca: Diputacion Prov. de Baleares, 1978
  • ROSSELLO-BORDOY, Guillermo - La Céramique arabe à Majorque (Problèmes chronologques), Actas: La Céramique Médievale (...). Paris: CNRS, 1980
  • TORRES, Cláudio - Cerâmica Islâmica Portuguesa, Catálogo. Mértola: Campo Arqueológico de Mértola, 1987
  • ZOZAYA, Juan - "Aperçu général sur la céramique espagnole", La Céramique Méd. en Méditerrannée Occid.. Paris: CNRS, 1980

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