Perspetiva da Póvoa de Santa Iria
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Museu: Palácio Nacional da Ajuda
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Nº de Inventário: BA 1101
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Super Categoria:
Arte
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Categoria: Desenho
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Autor:
Reis, Máximo Paulino dos (Pintor)
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Datação: 1862
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Suporte: Papel
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Técnica: Guache sobre papel com apontamentos a lápis na legenda para o desenho da letra, que não foram apagados
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Dimensões (cm): Alt. 49 x Larg. 64,3
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Descrição: Perspetiva feita a guache da Póvoa de Santa Iria, observando-se o núcleo urbano, formado por casas, estando do lado direito a torre da igreja da povoação.
O guache está enquadrado numa folha de papel, com legenda ao centro, à maneira de um passe-partout, e delimitado por um traço preto a toda a volta.
A arquitetura, com telhados de quatro águas inclinados, e a arquitetura no meio de uma paisagem fortemente verdejante, constituída por árvores e flores brancas, azuis, amarelas e vermelhas ao lado da linha férrea, remete para a primavera, facto, aliás, confirmado pelo registo da feitura do desenho, 8 de abril de 1862.
O casario impressiona pela expressão algo ingénua de cores plenas e pelos espigões dos telhados quase todos bastante inclinados (influência oriental na arquitetura portuguesa, exagero ou falta de visão devido à idade do artista?) Na verdade, a expressão desses telhados recorda a arquitetura oriental dos pagodes.
Do lado direito do casario, destacam-se dois grandes edifícios, que podem ser identificados como o palácio da quinta da Piedade.
Em primeiro plano, encontra-se um grande de madeira partida e edifício de sinalização, seguindo-se as linhas de caminho de ferro. Do lado direito, a estação perspetivada com seis personagens, destacando-se uma senhora com saia grande, da época, e touca sobre a cabeça; do lado esquerdo, junto da entrada da estação, um homem leva talvez uma ferramenta agrícola ou um cabo com saco de farnel; na ponta e junto da porta vê-se um homem com uma cartola. Todos os restantes personagens masculinos ostentam chapéus.
O céu é muito interessante do ponto de vista cromático e com velaturas tem grandes nuvens cinzentas, sobretudo do lado esquerdo.
Todo o desenho, recorda, estranha e notavelmente, uma paisagem tropical, como se estivéssemos numa povoação brasileira ou numa qualquer fazenda do Brasil…
O aspeto, ingenuamente fascinante, do guache poderá indiciar a idade avançado do autor, Máximo Paulino dos Reis, quando o realizou, com cerca de 84 anos.
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