Cantil de cerâmica de engobe vermelho

  • Museu: Museu Nacional de Arqueologia
  • Nº de Inventário: 46692
  • Super Categoria: Arqueologia
  • Categoria: Cerâmica
  • Datação: Século 5 a.C
  • Dimensões (cm): Alt. 5,69 x Diâm. 15,5 x Esp. 0,83
  • Descrição: Cantil de cerâmica de engobe vermelho de forma circular, apresentando uma das faces aplanada e a outra arredondada. Encontra-se fracturado pelo gargalo desconhecendo-se a morfologia do bordo, o gargalo é descentrado relativamente ao eixo da peça. Apresenta duas pegas com duas perfurações verticais e paralelas, que sugerem a sua suspensão. A decoração é plástica e parte de uma espiral localizada no fundo do recipiente, da qual nascem dois braços que ascendem pela face de secção aplanada e terminam em duas mãos estilizadas. Lateralmente a peça é percorrida por dois sulcos paralelos. A cozedura é oxidante. A pasta é muito dura de cor castanha avermelhada com alguns elementos não plásticos de grão fino compostos por micas, quartzo e feldspato. A superfície externa foi polida e revestida de engobe de cor vermelha viva (ASA).
  • Origem/Historial: O Castro da Azougada foi descoberto em finais do século XIX, mas foi apenas por volta de 1943 que se iniciaram as intervenções arqueológicas: "Em meu favor digo que a descoberta do Castro não foi para mim ocasional: pela conjugação de vários factores (...) O onomástico despertou o meu interesse (...) Bastava só a toponímia da Azougada para supor o povoamento pré-histórico daquelas herdades. Observei, também, que a topografia daquelas margens do Ardila concorda em absoluto com a toponímia: distribuição ao longo do citado rio mostrava-me a esplêndida posição estratégica destes velhos lugares fortificados (...) Foram importantes as informações transmitidas por antiquários e camponeses que dizem que se extraia da Mina da Azougada o cinábrio, razão pela qual o sítio tomou o nome de Azougada. Em terras da Azougada apareceram sepulturas com espadas e facas largas de ferro, e vasos de barro" (Fragoso de Lima). O espólio encontrado foi recolhido no Museu Municipal de Moura, posteriormente parte dele foi depositado no actual MNA, sob a orientação do Dr. Manuel Heleno, director do Museu. Para além das sepulturas encontraram-se vestígios de fortificações e casas. Este sítio foi tradicionalmente denominado de Castro da Azougada e assim foi referido na bibliografia mais antiga. Contudo investigações mais recentes levaram alguns autores (Mário Varela Gomes e Ana Sofia Antunes) a rever aquela caracterização, atribuindo-lhe uma nova funcionalidade - a de um santuário. O espólio deste sítio depositado no MNA passará deste modo a ser referido unicamente por Azougada.
  • Incorporação: Intervenção Arqueológica sob direcção do Museu

Bibliografia

  • ALARCAO, J. (Coord); Ana Isabel SANTOS - De Ulisses a Viriato. O primeiro milénio a.C.. Lisboa: MNA, 1996
  • GAMITO, Teresa - "A Idade do Ferro no Sul de Portugal - problemas e perspectivas", Arqueologia. Porto: 1982
  • GOMES, M.V. - l "smiting God" de Azougada (Moura), in Trabajos de Prehistoria 40. Madrid: 1983
  • LIMA, J.Fragoso - Elementos históricos e arqueológicos.. Moura: Biblioteca Municipal, 1981
  • ANTUNES, Ana Sofia (2009)."Um conjunto cerâmico da Azougada - Em torno da Idade do Ferro Pós-Orientalizante da margem esquerda do Baixo Guadiana". In O Arqueólogo Português, Suplemento nº 5. Lisboa.
  • ANTUNES, Ana Sofia (2016-2017). Um unguentário de alabastro na Azougada (Moura, Portugal). O Arqueólogo Português, S.V, vol. 6/7, pp 59-124

Exposições

  • De Ulisses a Viriato - Primeiro Milénio a.C.

    • Museu Nacional de Arqueologia
    • 17/5/1996 a 1/6/1997
    • Exposição Física
  • Portugal - das Origens à Época Romana

    • Museu Nacional de Arqueologia
    • 16/10/1989 a 21/12/1993
    • Exposição Física

Multimédia

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