Machado de talão e dupla azelha

  • Museu: Museu Nacional de Arqueologia
  • Nº de Inventário: 11059
  • Super Categoria: Arqueologia
  • Categoria: Instrumentos e utensílios
  • Técnica: Fundição em molde bivalve
  • Dimensões (cm): Comp. 23,3 x Larg. 5,3 x Esp. 1,8
  • Descrição: Machados de talão e dupla azelha, em bronze; caneladura sextavada a meio, com cone de fundição; gume pouco desenvolvido. O machado encontra-se num estado de conservação razoável. A lâmina apresenta mossas numa das faces. O gume está fracturado e o cone de fundição está parcialmente embotado. A peça apresenta uma pátina esverdeada em toda a superfície podendo isso sugerir que se tenham formado compostos de cobre, nomeadamente o acetato de cobre (verde) e o acetato básico de cobre (verde claro). Haverá ainda a possibilidade de se terem formado sulfatos ou sulfuretos de cobre, também estes de cor verde. Existem algumas zonas, nomeadamente na lâmina, onde os produtos de corrosão são verde-escuro, o que pode sugerir a formação de carbonatos de cobre. Observam-se manchas de cor acastanhada, possivelmente óxidos de cobre. De notar que os carbonatos de cobre se formam a partir dos óxidos castanhos de cobre logo, é possível que se na pátina existirem preferencialmente carbonatos existam subcamadas de óxidos de cobre que, por desgaste desta, ficam visíveis na superfície. Em algumas zonas o desgaste é mais acentuado o que permite ser visível a cor avermelhada característica do cobre metálico, principal componente da liga constituinte da peça. A elevada massa do artefacto deve-se à presença de chumbo, característica existente nos machados encontrados no noroeste do país. Dada a incapacidade deste elemento formar soluções sólidas fica distribuído no artefacto sob a forma de inclusões esféricas de uma forma heterogénea. As ligas de cobre constituintes dos machados desta tipologia podem apresentar teores relativamente elevados de estanho e chumbo. O potencial electroquímico destes elementos é elevado causando um grau de corrosão mais intenso e consequentemente um aumento do seu teor na superfície. Tal facto pode justificar as zonas esbranquiçadas na superfície do artefacto.
  • Origem/Historial: Paredes de Coura. Este conjunto de machados fizeram parte de um esconderijo de fundidor. Foram doados ao Museu em 1903, pelo Sr. Conselheiro Manoel Francisco de Vargas, proprietário do terreno onde apareceram, cinco exemplares. Os restantes foram oferecidos, na mesma data pelo Sr. Miguel Dantas, pelo Sr. Passos de Brito e Sr. Narciso Alves da Cunha. Foi oferecido pelo Sr. Miguel Dantas.
  • Incorporação: Foram doadas pelo Sr. Miguel Dantas ou por Passos Brito de Valença.

Bibliografia

  • ALVES, Francisco (Direcção) - Portugal das Origens à Época Romana. Lisboa: 1989
  • COFFYN, André - Le Bronze Final Atlantique dans la Péninsule Ibérique. Paris: Diffusion de Boccard, 1985
  • MONTEAGUDO, L. - Die Beile auf der Iberischen Halbinsel. Praehistoriche Bronzefunde, 9. München: 1977
  • PEREIRA, Félix Alves - "Acquisições do Museu Ethnologico Português". In O Arqueólogo Português, Vol. IX. Lisboa: 1904
  • PEREIRA, Félix Alves - "Machados de duplo anel". In O Arqueólogo Português, VIII. Lisboa: 1903

Exposições

  • De Ulisses a Viriato - Primeiro Milénio a.C.

    • Museu Nacional de Arqueologia
    • 17/5/1996 a 1/6/1997
    • Exposição Física
  • Portugal - das Origens à Época Romana

    • Museu Nacional de Arqueologia
    • 16/10/1989 a 21/12/1993
    • Exposição Física
  • A Idade do Bronze em Portugal - discursos de poder

    • Museu Nacional de Arqueologia
    • 4/5/1995 a 6/4/1996
    • Exposição Física

Multimédia

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