Fragmento de lucerna de Terra Sigillata Clara paleocristã

  • Museu: Museu Nacional de Arqueologia
  • Nº de Inventário: 997.21.12
  • Super Categoria: Arqueologia
  • Categoria: Cerâmica
  • Datação: Século 4/6
  • Técnica: Moldagem, em molde bivalve
  • Dimensões (cm): Comp. 9,97 x Alt. 2,8 x Diâm. 6,5 (reservatório)
  • Descrição: Lucerna de "Terra Sigillata" Clara D de tipo Hayes II-A, Pavoloni VII D. O bico é alongado e separado do disco pela orla. Orla decorada com uma tira de círculos concêntricos, disco decorado com dois quadrados sobrepostos (moldagem e impressão de punções; muito nítida). Asa é maciça, não perfurada, e o fundo apresenta um leve desvão. De cozedura oxidante, tem uma pasta pouco fina, calcária, típica do fabrico de Terra Sigillata Clara D, conforme definido por Hayes (1972: 292). Apresenta vestígios de engobe de cor laranja. Esta lucerna, à qual falta quase metade da peça, é originária de Cartago onde foi fabricada, através de moldagem em molde bivalve. Quanto à decoração no disco, Bailey sugere que o motivo dos dois quadrados sobrepostos significa um livro, ou seja um motivo cristão (descrição segundo J.U.S.Nolen).
  • Origem/Historial: O topónimo Torre d'Ares reporta-se à época medieval. Era o nome de uma das seis torres de construção árabe existentes no litoral algarvio. No entanto o local revelou vestígios de ocupações muito mais antigas. Em 1866 Estácio da Veiga baseado na descoberta de inscrições e de outros achados provou (Povos Balsenses) ser esta estação e a contígua Quinta das Antas, a sede de Balsa, cidade romana de origem pré-romana nomeada e situada pelos geografos Pompónio Mela, Plínio e Ptolomeu. Em 1877, no decorrer da elaboração da Carta Arqueológica do Algarve, Estácio da Veiga procedeu a escavações arqueológicas onde descobriu uma grande necrópole de incineração e de inumação dos sécs. I e II d.C.. Recolheu um conjunto significativo de materiais. Estes objectos fizeram parte do Museu Arqueológico do Algarve, e em 1894 foram integrados no actual Museu Nacional de Arqueologia, por decreto de 20 de Dezembro de 1893 do Ministro Bernardino Machado, conforme "O Arqueólogo Português, série 1, vol. VII, 1903. Outra parte da colecção de Estácio da Veiga foi comprada pelo Estado à família e incorporada igualmente no Museu Nacional de Arqueologia.
  • Incorporação: Mandato legal. Despacho governamental.
  • Centro de Fabrico: Cartago

Bibliografia

  • BAILEY, D.M. - A Catalogue of the Lamps in the British Museum, vol.II. London: British Museum Publications, 1980
  • HAYES, J.W. - "Ancient Lamps in the Royal Ontario Museum, I: Greek and Roman Clay Lamps". Toronto: 1980
  • NOLEN, Jeannette U. Smit - Cerâmicas e Vidros de Torre de Ares - Balsa. SL: I.P.M. e SEC, 1994
  • PAVOLINI, C. - "Atlante delle forme ceramiche II; Ceramica fine Romana nel Bacino Mediterraneo". Roma: 1985
  • PEREIRA, Carlos (2014). As Necrópoles Romanas do Algarve - Acerca dos Espaços da Morte no Extremo Sul da Lusitânia. Dissertação de doutoramento. Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

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