Exposição evocativa de "A I Idade do Ferro no Sul de Portugal: Epigrafia e Cultura". 35 anos, 1980-2015

+
Fecho de cinturão
close
  • Nº de Inventário: 11268
  • Museu: Museu Nacional de Arqueologia
  • Super Categoria: Arqueologia
  • Categoria: Adereços (e objectos de adorno)
  • Dimensões: Comp: , Alt: 9,5, Larg: 6,6,
  • Incorporação: Intervenção arqueológica - campanha de Vergílio Correia
  • Descrição: Fecho de cinturão em bronze constituído por dois elementos: uma placa rectangular a que estão presos, por rebites, três hastes ou ganchos e um arame de secção cilíndrica enrolado em meandro de forma a constituir-se elemento de preensão.
+
Estela com escrita do Sudoeste
close
  • Nº de Inventário: E 8127
  • Museu: Museu Nacional de Arqueologia
  • Super Categoria: Arqueologia
  • Categoria: Epigrafia
  • Dimensões: Comp: , Alt: 82, Larg: 40,
  • Incorporação: Lápide oferecida pelo Sr. Manuel Gomez Sosa
  • Descrição: Estela sepulcral sub-rectangular em grés de Silves apresentando numa das faces uma inscrição pré-latina limitada por cartelas, de direcção sinistrorsa, numa única linha, disposta em parábola e de colocação circular. A estrutura é constituída por dois possíveis antropónimos (ver legenda), seguidos por um elemento de características indeterminadas, seguido por variante do elemento presente na fórmula completa. Grupo 7. (Segundo classificação e descrição de V.H.C - 1996, cat. 32) Nota de contextualização: "Um dos mais importantes indicadores culturais do Ocidente europeu é constituído pela existência de escrita de estrutura semi-silábica, datada dos sécs. VII a V a.C. e delimitada geograficamente pelo Baixo Alentejo e Algarve. Esta escrita aparece-nos maioritariamente sobre suportes de pedra, em estelas, bétilos ou lápide sepulcrais em clara conexão com contextos funerários de filiação cultural orientalizante, revelando o uso de fórmulas padronizadas, mais ou menos repetitiva. No Alentejo, verifica-se aliás uma das suas variantes, traduzida pela menor riqueza e diversidade de fórmulas funerárias. Trata-se de um semi-silabário, aparentado ao alfabeto fenício, mas em que a existência de grande número de vogais pode também indicar uma escrita não semita, cujo valor fonético é conhecido, mas ainda indecifrado, usado pelas elites locais, que naquela região defendiam as rotas do minério e asseguravam o controle do comércio, na área de influência e sob a égide de Tartessos."
+
Estatueta de bovídeo
close
  • Nº de Inventário: 982.22.1
  • Museu: Museu Nacional de Arqueologia
  • Super Categoria: Arqueologia
  • Categoria: Escultura
  • Técnica: Modelagem
  • Dimensões: Comp: 21, Alt: 14, Larg: 9,
  • Incorporação: Mandato legal. Escavações
  • Descrição: Figura zoomórfica, toscamente modelada em argila representando um bovídeo. No focinho, apenas as narinas estão assinaladas e abaixo destas um simples traço fino parece indicar a boca. As hastes originais desapareceram, estando presentemente restauradas.
+
Vaso de cerâmica com asa de cesto
close
  • Nº de Inventário: 995.30.4
  • Museu: Museu Nacional de Arqueologia
  • Super Categoria: Arqueologia
  • Categoria: Cerâmica
  • Técnica: Torno
  • Dimensões: Comp: , Alt: 18, Larg: ,
  • Incorporação: Escavações do Museu
  • Descrição: Vaso de cerâmica com asa de cesto. Apresenta forma globular de fundo plano e pé em bolacha. O colo é estreito e o bordo é levemente esvasado com o lábio arredondado. Apresenta uma asa horizontal sobre o bordo. A cozedura é oxidante com acabamento redutor. A pasta é muito dura de cor castanha avermelhada, com alguns elementos não plásticos de grão fino compostos por micas, quartzo, felspato. A superfície externa foi polida e revestida a engobe de cor castanha acinzentada (ASA).
+
Vaso com inscrição do sudoeste
close
  • Nº de Inventário: 2001.62.44
  • Museu: Museu Nacional de Arqueologia
  • Super Categoria: Arqueologia
  • Categoria: Cerâmica
  • Dimensões: Comp: , Alt: 9,2, Larg: 14,5,
  • Incorporação: Mandato legal. Despacho Despacho Ministerial de 10/11/1997
  • Descrição: Taça de cerâmica, incompleta de perfil em S, boca larga, bordo ligeiramente extrovertido e pé esvasado. Na base da taça, foi produzido, após a cozedura, um grafito composto por seis signos. A inscrição pertence, pela morfilogia dos seus signos e pela situação geográfica de Garvão, à escrita pré-latina do Sudoeste. A pasta é compacta com elementos não plásticos. Cerâmica bem cozida, de cor vermelha clara. Superfície espatulada.
+
Botão
close
  • Nº de Inventário: Au 982
  • Museu: Museu Nacional de Arqueologia
  • Super Categoria: Arqueologia
  • Categoria: Ourivesaria
  • Técnica: Laminado por martelagem.
  • Dimensões: Comp: , Alt: , Larg: ,
  • Incorporação: Depósito de Caetano de Melo Beirão em 1973
  • Descrição: Botão circular recortado sobre lâmina aplicada sobre suporte. Apresenta decoração geométrica repuxada de círculos concêntricos definidos, do exterior para o centro, por duas estrias intercaladas por um friso de pérolas, seguidas de duas linhas de pérolas intercaladas por outra linha de minúsculos círculos de novo uma estria e uma linha de pérolas. Ao centro, um arame soldado limita uma zona livre de decoração que serviria de alvéolo para aplicação de pedra ou matéria vítrea. No reverso, o rebordo da lâmina é rebatido sobre o suporte, circular e laminiforme (de que subsiste um fragmento semicircular) com um pé central em argola.
+
Fíbula
close
  • Nº de Inventário: 11229
  • Museu: Museu Nacional de Arqueologia
  • Super Categoria: Arqueologia
  • Categoria: Adereços (e objectos de adorno)
  • Técnica: Fundição
  • Dimensões: Comp: , Alt: 3,37, Larg: ,
  • Incorporação: Mandato legal. Campanha arqueológica
  • Descrição: Fíbula anular Hispânica de bronze. O arco está torcido e é de secção circular. O pé, munido de descanso alonga-se e prende-se ao aro de secção quadrangular. A mola é bilateral, de corda interior ao arco e consta de quatro voltas.
+
Cabeça de bovídeo
close
  • Nº de Inventário: 2002.2.3
  • Museu: Museu Nacional de Arqueologia
  • Super Categoria: Arqueologia
  • Categoria: Cerâmica
  • Dimensões: Comp: , Alt: 19,5, Larg: 16,
  • Incorporação: Mandato legal. Escavações arqueológicas de Caetano de Mello Beirão
  • Descrição: Cabeça oca em argila, representando um bovídeo (touro) com as duas hastes quebradas e olhos bem salientes. Foi encontrado perto do túmulo 8 e do muro que delimitava a sepultura n.º 3. Apresenta paralelos no Mediterrâneo Oriental e na Necrópole de Alcácer do Sal. Pode ser igualmente considerada como parte de um vaso de cerâmica.
+
Colar de contas de pasta vítrea
close
  • Nº de Inventário: 2003.91.2
  • Museu: Museu Nacional de Arqueologia
  • Super Categoria: Arqueologia
  • Categoria: Adereços (e objectos de adorno)
  • Dimensões: Comp: 15,4, Alt: , Larg: ,
  • Incorporação: Mandato legal. Escavações arqueológicas de Caetano de Mello Beirão
  • Descrição: Colar com vinte e cinco contas de pasta vítrea, perfuradas, azuis turquesas, oculadas a branco e azul escuro. Apresentam forma esférica de diferentes tamanhos.
+
Colar de contas diversas
close
  • Nº de Inventário: 2003.90.3
  • Museu: Museu Nacional de Arqueologia
  • Super Categoria: Arqueologia
  • Categoria: Adereços (e objectos de adorno)
  • Dimensões: Comp: 22, Alt: , Larg: ,
  • Incorporação: Mandato legal. Escavações arqueológicas de Caetano de Mello Beirão
  • Descrição: Colar com quatorze contas, perfuradas, dez tubulares e quatro esféricas, de diferentes tamanhos e colorações: três contas verdes, sete amarelo-acastanhadas, uma preta com decoração a branco e amarelo, e duas castanhas. Algumas encontram-se fragmentadas.
+
Colar de contas de pasta vítrea
close
  • Nº de Inventário: 2003.90.1
  • Museu: Museu Nacional de Arqueologia
  • Super Categoria: Arqueologia
  • Categoria: Adereços (e objectos de adorno)
  • Dimensões: Comp: 28, Alt: , Larg: ,
  • Incorporação: Mandato legal. Escavações arqueológicas de Caetano de Mello Beirão
  • Descrição: Colar com trinta e oito contas negras oculadas a branco, de forma esférica, de diversos tamanhos.
+
Cossoiro decorado
close
  • Nº de Inventário: 2003.114.1
  • Museu: Museu Nacional de Arqueologia
  • Super Categoria: Arqueologia
  • Categoria: Instrumentos e utensílios
  • Dimensões: Comp: , Alt: 1,5, Larg: ,
  • Incorporação: Escavações arqueológicas levadas a cabo por Mª Manuela Alves Dias, Caetano Beirão e Luís Coelho.
  • Descrição: Cossoiro de cerâmica, de forma troncocónica, com uma perfuração e decoração pontilhada.
+
Cossoiro decorado
close
  • Nº de Inventário: 2003.114.2
  • Museu: Museu Nacional de Arqueologia
  • Super Categoria: Arqueologia
  • Categoria: Instrumentos e utensílios
  • Dimensões: Comp: , Alt: 1,7, Larg: ,
  • Incorporação: Escavações arqueológicas levadas a cabo por Mª Manuela Alves Dias, Caetano Beirão e Luís Coelho.
  • Descrição: Cossoiro de cerâmica, de forma troncocónica, com decoração na face principal de um motivo cruciforme.
+
Pontas de lança
close
  • Nº de Inventário: 2004.7.1
  • Museu: Museu Nacional de Arqueologia
  • Super Categoria: Arqueologia
  • Categoria: Armas
  • Técnica: Fundição
  • Dimensões: Comp: 58 (total), Alt: , Larg: 7,5 (total),
  • Incorporação: Mandato legal. Escavações arqueológicas de Caetano de Mello Beirão
  • Descrição: Duas pontas de lança em ferro, com cabo de alvado, unidas nas lâminas, devido a factores ambientais ou rituais, que apresentam forma alongada, de tipo foliáceo e com espessas nervuras centrais.
+
Prato de verniz vermelho
close
  • Nº de Inventário: 2006.86.1
  • Museu: Museu Nacional de Arqueologia
  • Super Categoria: Arqueologia
  • Categoria: Cerâmica
  • Técnica: Torno
  • Dimensões: Comp: , Alt: 2,8 (máx), Larg: ,
  • Incorporação: Desconhecida
  • Descrição: Prato fabricado em cerâmica. Apresenta forma aberta, com paredes côncavas e fundo em ônfalo. O bordo é largo e extrovertido, separado das paredes do prato por um sulco bem demarcado. Assenta sobre pé anelar, côncavo, com grafito constituído por linhas rectas, horizontais e verticais, entrecrusadas. A pasta é alaranjada, homogénea e compacta, com vestígios de engobe avermelhado.
+
Urna de tipo Cruz del Negro
close
  • Nº de Inventário: 983.281.2
  • Museu: Museu Nacional de Arqueologia
  • Super Categoria: Arqueologia
  • Categoria: Cerâmica
  • Técnica: Torno
  • Dimensões: Comp: , Alt: 28,5, Larg: ,
  • Incorporação: Oferta do Dr. António Xavier de Brito a Estácio da Veiga
  • Descrição: Urna em cerâmica do tipo "Cruz del Negro". Apresenta corpo esférico, colo baixo, cilíndrico, com sulco longitudinal a meia altura. O bordo é extrovertido, encontrando-se bastante fracturado. Mostra duas pequenas asas verticais, paralelas e geminadas, que ligam o colo ao bojo. Assenta sobre uma pequena base anelar com saliência ao centro. A peça ostenta algumas fracturas. A pasta é beige clara, compacta com desengordurantes de grão fino. São visíveis vestígios de pintura vermelha. Urnas deste tipo eram utilizadas para depositar restos humanos incinerados, testemunho da forte influência fenícia na Península Ibérica, igualmente comprovada pelos paralelos existentes em Alcácer do Sal, no Olival do Sr. dos Mártires ou mesmo na necrópole de Las Cumbres cujos exemplares se encontram no Museo de Cádiz.
+
Estela com escrita do Sudoeste
close
  • Nº de Inventário: 2009.40.1
  • Museu: Museu Nacional de Arqueologia
  • Super Categoria: Arqueologia
  • Categoria: Epigrafia
  • Técnica: Alisamento e incisão
  • Dimensões: Comp: , Alt: 38, Larg: 8,5,
  • Incorporação: Mandato legal. Escavações de Caetano M. Beirão
  • Descrição: Fragmento de estela sepulcral de forma rectangular em xisto grauváquico, apresentando em ambas as faces uma inscrição pré-latina de direcção destrorsa, organizada numa linha, em ambos os casos, de colocação vertical (?). A estrutura é constituída por um possível antropónimo, aparentemente repetido em nas duas faces, tendo-se perdido o restante. Grupo 4. (Segundo classificação e descrição de V.H.C - 1996, cat. 56) Nota de contextualização: "Um dos mais importantes indicadores culturais do Ocidente europeu é constituído pela existência de escrita de estrutura semi-silábica, datada dos sécs. VII a V a.C. e delimitada geograficamente pelo Baixo Alentejo e Algarve. Esta escrita aparece-nos maioritariamente sobre suportes de pedra, em estelas, bétilos ou lápide sepulcrais em clara conexão com contextos funerários de filiação cultural orientalizante, revelando o uso de fórmulas padronizadas, mais ou menos repetitiva. No Alentejo, verifica-se aliás uma das suas variantes, traduzida pela menor riqueza e diversidade de fórmulas funerárias. Trata-se de um semi-silabário, aparentado ao alfabeto fenício, mas em que a existência de grande número de vogais pode também indicar uma escrita não semita, cujo valor fonético é conhecido, mas ainda indecifrado, usado pelas elites locais, que naquela região defendiam as rotas do minério e asseguravam o controle do comércio, na área de influência e sob a égide de Tartessos."
+
Urna com tampa
close
  • Nº de Inventário: 2002.2.16
  • Museu: Museu Nacional de Arqueologia
  • Super Categoria: Arqueologia
  • Categoria: Cerâmica
  • Dimensões: Comp: , Alt: 30,8, Larg: ,
  • Incorporação: Mandato legal. Escavações arqueológicas de Caetano Mello Beirão
  • Descrição: Urna de cerâmica de forma ovóide, com bojo globular com estrangulamento no colo e bordo extrovertido. O fundo é em ônfalo. A pasta é fina de cor alaranjada, com alguns elementos não plásticos de grão fino. Vestígios de aguada ou engobe de cor laranja mais escura que a pasta. A tampa tem a forma de uma tigela de corpo semiesférico, pé destacado e bordo direito e lábio arredondado.

Apresentação


No âmbito da inauguração da exposição de rua itinerante sobre as estelas com escrita do Sudoeste e a Idade do Ferro: “Quem nos escreve desde a Serra, no interior do Museu, há uma evocação da exposição "A I Idade do Ferro no Sul de Portugal: Epigrafia e Cultura". Esta exposição apresentou então alguns dos objetos mais emblemáticos ligados à investigação sobre este tema e época no Sul de Portugal, tendo, também, reunido o maior conjunto de estelas e servido de base a importantes estudos sobre esta escrita.

A presente exposição pretende, por um lado, voltar a revelar alguns dos objectos mais emblemáticos ligados à investigação sobre a escrita do Sudoeste e à Idade do Ferro associada e que se encontram depositados no MNA, bem como evocar os 35 anos da importante exposição organizada por Caetano de Mello Beirão e Mário Varela Gomes e inaugurada a 28 de Novembro de 1980.

O espólio que consta da exposição teve em consideração a sua funcionalidade Assim, tendo por tema central a escrita do Sudoeste que é conhecida sobretudo em forma de estelas, foi escolhida para peça central a estela do Tavilhão, uma das peças classificada como Tesouro Nacional. Colocada como estando "enterrada" no chão que divide e une dois mundos.

O inferior, dos mortos, onde são colocados materiais encenando uma sepultura de cremação com espólio como as que ocorrem no Baixo Alentejo e Algarve: urnas com ossos cremados, cerâmicas (algumas provenientes do mediterrâneo) com oferendas, vestígios de armas condenadas, elementos de adornos, entre outros.

O superior, dos vivos, com objectos do dia-a-dia e representações de animais que fariam parte do quotidiano das populações: as peças que compunham o vestuário das pessoas (botão de ouro, fíbula, colar, fecho de cinto, entre outros) colocados numa silhueta humana, os animais com os quais conviviam, as peças que utilizavam nas suas actividades.

Para além desta divisão pretende-se também mostrar a diversidade das escritas pré-romanas existentes no Sudoeste Peninsular revelada sobre outros suportes como os grafitos em cerâmica ou noutros tipos de estelas, bem como mostrar a maior colecção de estelas com escrita do Sudoeste depositada num Museu. O que faz dele um dos locais obrigatórios para a sua investigação e divulgação.

Alguns destes materiais arqueológicos estão presentes em “duplicado” revelando a constante união entre estes dois mundos, por exemplo: a presença de escrita ou grafitos em objectos do quotidiano e nas estelas revelando que estas últimas não devem ser entendidas como elementos funerários, ou as contas de colar utilizadas ao pescoço ou como oferendas, ou as armas que seriam utilizadas pela pessoa em vida e que a acompanha na última viagem.

Verifica-se, actualmente, um desencontro temporal entre as cronologias atribuídas à escrita do Sudoeste e aos materiais conhecidos pelo registo arqueológico durante o primeiro milénio a.C., no entanto as realidades e os materiais arqueológicos revelam e são o resultado de alguns aspectos que perduram durante vários séculos e que estruturam a vivência destas comunidades ao longo desse tempo.

Projecto ESTELA, Textos

Ficha Técnica


Organização institucional: DGPC / MNA. Projeto ESTELA