A exposição, iniciativa conjunta da Câmara Municipal da Guarda e do Museu da Guarda, integrada no programa das comemorações dos 800 anos da atribuição do foral à Guarda, em 1199, por D. Sancho I e da transferência da sede Episcopal, teve como objectivos estudar e divulgar a importância e contributo da comunidade judaica, na identidade e construção da cidade. Na Guarda dos séculos XIII, XIV e XV a judiaria marcou a diferença e, ainda hoje é possível observar as marcas da sua presença. A comunidade judaica da Guarda constituiu-se numa significativa minoria social, que se salientava pelo seu elevado nível cultural e económico (actividades mercantis e artesanais), o que lhes permitiu constituírem o núcleo mais rico e dinâmico da população. Ali viviam e seguiam as leis de Moisés, celebravam o calendário litúrgico anual com a celebração, entre outras, das seguintes festas, Rosh Hashaná – Festa do Ano Novo, Yom Kippur – Dia do Perdão, Sukot – Festa das Cabanas, Simhat Torá – A Alegria da lei, Pessah – Páscoa e Sabat – Dia do Senhor. Contudo, a autonomia da comunidade judaica não perdurou. O Édipo de Expulsão levou ao fim da vida administrativa, judicial, económica e religiosa da comuna da Guarda. Só mais tarde, no séc. XIX, foram constituídas, livremente, comunidades judaicas no país, diferentes, mas cujos objectivos continuaram a ser os mesmos, essencialmente a preservação da sua cultura e o seguimento do código legal – o Talmud.
Comissária Cientifica: Maria Antonieta Garcia; Coordenação: Dulce Helena Pires Borges; Projecto de Arquitectura: Salette Marques; Design da Exposição: Atelier Henrique Cayatte com a colaboração de Conceição Matos e Rita Lino; Equipa Técnica de Montagem: Museu da Guarda;