A cultura Bijagó (Guiné-Bissau)

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Adorno de cabeça
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  • Nº de Inventário: AD.580
  • Museu: Museu Nacional de Etnologia
  • Super Categoria: Etnologia
  • Categoria: Ritual
  • Autor: Autor não identificado
  • Dimensões: Comp: 23, Larg: 63,
  • Descrição: Máscara de madeira, com um formato grosseiramente rectangular que representa uma cabeça estilizada de um tubarão martelo. A base consiste numa secção tipo calote esférica, contígua à tábua de madeira, de interior escavado. Na face inferior da máscara, está entalhada uma boca aberta, com os rebordos serrilhados. Na face superior estão pintados de preto sobre um fundo branco quatro peixes em baixo-relevo. A face inferior está pintada de vermelho e decorada com um triângulo branco em baixo-relevo e quatro peixes pretos. De cada lado da abertura da base da máscara pendem várias tiras entrançadas de fibras vegetais e na aresta oposta, está fixo um pequeno tufo de fibras vegetais.
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Máscara
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  • Nº de Inventário: AD.617
  • Museu: Museu Nacional de Etnologia
  • Super Categoria: Etnologia
  • Categoria: Ritual
  • Dimensões: Larg: 73,
  • Descrição: Máscara de madeira que representa a cabeça de um búfalo. Possui dois grandes chifres, facetados, estilizados, esculpidos em duas peças de madeira independentes e pregadas à cabeça. Os olhos e focinho são entalhados. A boca está ligeiramente entreaberta, com a língua de fora a lamber o focinho. Superfície escurecida a fogo com zonas na cor natural da madeira, como o focinho, a testa, contorno dos olhos e dois motivos triangulares de ambos os lados. Os chifres são igualmente escurecidos a fogo, servindo de fundo a desenhos em baixo relevo, avivados com cor branca, como estrelas, triângulos e uma cruz. Na parte inferior da máscara está um autocolante com o número "20" manuscrito. A ficha manual refere a existência das duas orelhas figuradas por uma tira de couro, sendo agora uma inexistente.
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Máscara
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  • Nº de Inventário: AK.830
  • Museu: Museu Nacional de Etnologia
  • Super Categoria: Etnologia
  • Categoria: Ritual
  • Autor: Autor não identificado
  • Dimensões: Comp: , Alt: , Larg: 92,5,
  • Descrição: Máscara tipo elmo, de madeira, que representa uma cabeça de búfalo. Possui dois grandes chifres estilizados, facetados e sulcados, esculpidos em duas peças de madeira independentes. Abaixo destes estão as orelhas projectadas para os lados. O focinho é curto, com as narinas perfuradas, e a boca entreaberta, com os dentes e a língua à vista. Superfície pintada de preto, com excepção de uma faixa central da cabeça e face posterior dos chifres, que estão pintados de branco; e dos olhos, orelhas e boca, que estão pintados de vermelho. Os dois chifres apresentam uma cinta de couro, com pêlo, na sua base. Uma corda pende de dois orifícios junto à abertura inferior da máscara.
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Adorno de cabeça
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  • Nº de Inventário: AK.832
  • Museu: Museu Nacional de Etnologia
  • Super Categoria: Etnologia
  • Categoria: Ritual
  • Autor: Autor não identificado
  • Dimensões: Comp: , Alt: , Larg: 54,
  • Descrição: Adorno de cabeça de madeira que representa realisticamente uma pequena cabeça de vaca. Possui dois grandes chifres naturais e, abaixo destes, duas pequenas orelhas projectadas para os lados. Os olhos são de vidro escuro, circundados por uma rodela de couro com pêlo. Acima destes, sulcos circulares simulam rugas. O focinho é perfurado transversalmente no topo. A boca está entreaberta. Superfície escurecida a negro, com excepção do meio da testa e focinho que estão pintados de prateado; e da face interior das orelhas e da boca que estão pintados de vermelho. Na base dos chifres está uma cinta de pele com pêlo. Das orelhas pendem franjas de tiras de folha de palmeira. Uma corda atravessa as narinas, contorna a cabeça e prende na sua parte posterior. Uma outra corda de fibras entrançadas pende também da parte posterior.
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Máscara
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  • Nº de Inventário: AK.837
  • Museu: Museu Nacional de Etnologia
  • Super Categoria: Etnologia
  • Categoria: Ritual
  • Autor: Autor não identificado
  • Dimensões: Comp: , Alt: 45,5, Larg: 60,
  • Descrição: Máscara tipo elmo, de madeira, que representa realisticamente uma cabeça de um touro selvagem. Possui dois chifres naturais e duas orelhas pequenas projectadas para os lados. Os olhos são de vidro, circundados por uma rodela de cabedal. O focinho é curto e a boca entreaberta, com a língua à vista. O cachaço é constituído por uma peça independente, arqueada e com a superfície canelada, ligada à cabeça por aselhas de tiras vegetais. Pintada de preto e branco, com o interior das orelhas e da boca pintado de vermelho. Ambos os chifres apresentam uma cinta de pele na base. Uma corda atravessa as narinas e passando por trás das orelhas, ata atrás sobre o cachaço. Outra corda suspensa à frente sai de dois orifícios, um de cada lado do focinho. A superfície da madeira apresenta em alguns pontos pequenos reforços de couro.
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Máscara
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  • Nº de Inventário: AK.841
  • Museu: Museu Nacional de Etnologia
  • Super Categoria: Etnologia
  • Categoria: Ritual
  • Autor: Autor não identificado
  • Dimensões: Comp: , Alt: 38,5, Larg: 63,
  • Descrição: Máscara tipo elmo, de madeira, que representa realisticamente uma cabeça de um touro selvagem. Possui dois chifres naturais, com um anel de couro com pêlo na base, e duas pequenas orelhas projectadas para os lados. Os olhos são de vidro e circundados por uma pasta negra. O focinho é curto, com o topo perfurado transversalmente A boca está aberta com a língua e dentes à vista. O cachaço é constituído por uma peça de madeira independente, arqueada, com a superfície canela, ligada à cabeça por várias aselhas de fibra vegetal. Superfície pintada de branco, com pormenores a preto, nomeadamente no focinho e contorno dos olhos. Uma das superfícies das orelhas está pintada de vermelho, assim como, o interior da boca. Uma franja de tiras de folha de palma cobre a junção entre o cachaço e a cabeça. Uma corda liga os dois chifres em várias laçadas e à frente uma corda suspensa pende de dois orifícios, um de cada lado do focinho.
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Adorno de cabeça
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  • Nº de Inventário: AK.850
  • Museu: Museu Nacional de Etnologia
  • Super Categoria: Etnologia
  • Categoria: Ritual
  • Autor: Autor não identificado
  • Dimensões: Comp: 78, Alt: , Larg: ,
  • Descrição: Máscara de madeira que representa uma cabeça de pelicano. Base em forma de calote esférica da qual parte a esguia cabeça de pelicano, esculpida numa peça de madeira independente, com um longo pescoço e um bico comprido. O topo da cabeça é perfurado transversalmente. A superfície da base é escurecida a negro, com algumas áreas avermelhadas. Topo do pescoço e cabeça escurecidos a negro. Apresenta vestígios de acção biológica de insectos.
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Máscara
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  • Nº de Inventário: AK.849
  • Museu: Museu Nacional de Etnologia
  • Super Categoria: Etnologia
  • Categoria: Ritual
  • Autor: Autor não identificado
  • Dimensões: Comp: 52, Alt: 26, Larg: 35,
  • Descrição: Máscara de madeira que representa realisticamente uma cabeça de hipopótamo. Os olhos são esféricos e de vidro, circundados por uma rodela de couro. Junto a estes vários sulcos simulam rugas e num deles está uma linha de pequenos tufos de crina que compõe a sobrancelha. Orelhas triangulares acima dos olhos, focinho plano com dois orifícios e mandíbula inferior articulada, através da sua fixação a uma membrana de couro que cobre parcialmente a superfície inferior da cabeça. Pintada de vermelho, com excepção de uma mancha branca na testa. A parte posterior da máscara (correspondente à nuca) é almofadada por uma rodilha de pano e desta pendem franjas de tiras de folha de palma e cordas. O focinho é contornado por vários tufos de crina. Máscara muito fracturada na nuca e nas mandíbulas superior e inferior.
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Máscara
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  • Nº de Inventário: AK.855
  • Museu: Museu Nacional de Etnologia
  • Super Categoria: Etnologia
  • Categoria: Ritual
  • Autor: Autor não identificado
  • Dimensões: Comp: 30, Alt: , Larg: 26,5,
  • Descrição: Adorno de cabeça em madeira, de formato ovóide e oca que representa uma cabeça de tubarão. Na superfície superior apresenta o desenho de um peixe raia em alto-relevo. Os olhos são dois pedaços de vidro espelhado fixos lateralmente por agrafes metálicos. Na superfície inferior apresenta uma boca aberta, com a mandíbula inferior esculpida numa peça de madeira independente e articulada, deixando ver a aplicação de dentes naturais. Superfície pintada de branco, com excepção do desenho do peixe raia e sectores em torno dos olhos, que estão pintados de preto. Abaixo da boca pendem franjas de ráfia tingidas de preto e vermelho e tiras entrançadas de folha de palma. Na parte superior da base da cabeça está também aplicada uma pequena franja de tiras de folha de palma.
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Adorno de braço
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  • Nº de Inventário: AD.535
  • Museu: Museu Nacional de Etnologia
  • Super Categoria: Etnologia
  • Categoria: Ritual
  • Autor: Autor não identificado
  • Dimensões: Comp: , Larg: ,
  • Descrição: Disco de madeira, com uma abertura circular no centro, e um sector do seu perímetro reentrante. Uma das faces está decorada com várias figurações entalhadas, tais como: triângulos, uma palmeira e uma estrela. Apresenta também um pequeno espelho embutido de formato grosseiramente pentagonal. A outra face apresenta vestígios da acção biológica de insectos.
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Adorno de costas
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  • Nº de Inventário: AD.804
  • Museu: Museu Nacional de Etnologia
  • Super Categoria: Etnologia
  • Categoria: Ritual
  • Autor: Autor não identificado
  • Dimensões: Comp: 50, Alt: 48, Larg: ,
  • Descrição: Adorno de costas a representar a estilização dum barco, constituído por uma peça de madeira de secção quadrada, com uma tábua pregada de topo num lado, recortado e aguçado no outro, com uma cavidade, um mastro e 3 vergas, com uma série de cordas passadas entre estes e o "casco", e com bocados velhos de placas vasadas de plástico aplicados na parte superior, junto à ré e à torre. Na extremidade do mastro e das vergas apresenta lâmpadas eléctricas (que estão partidas). Uma corda ligada à extremidade que tem a tábua atravessada, serve para suspender e prender o adorno às costas do bailarino.
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Adorno de costas
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  • Nº de Inventário: AD.928
  • Museu: Museu Nacional de Etnologia
  • Super Categoria: Etnologia
  • Categoria: Ritual
  • Autor: Autor não identificado
  • Dimensões: Comp: 86, Alt: , Larg: 27,
  • Descrição: Adorno de costas, em madeira, em forma de barbatana de tubarão, pintado em ambas as faces: numa, sobre fundo branco, tem a meio uma faixa com triângulos pretos e vermelhos e um losango em branco com pintas vermelhas, ponta preta com uma faixa em diagonal sob esta, e ainda uma linha em zigue-zague entre a barra central e a base, junto à margem; do outro lado, mantem o mesmo fundo, com um tubarão martelo pintado a vermelho, a meio, e a ponta em preto com faixa diagonal em vermelho, como do outro lado. Junto à base, num dos lados tem uma espécie de barbatana, também madeira, ligada por fibras vegetais. Prende por meio de corda entrançada que passa por furos abertos junto à base.
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Adorno de costas
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  • Nº de Inventário: AK.871
  • Museu: Museu Nacional de Etnologia
  • Super Categoria: Etnologia
  • Categoria: Ritual
  • Autor: Autor não identificado
  • Dimensões: Comp: , Alt: , Larg: 37,
  • Descrição: Adorno de costas "Em madeira, constituído por duas peças semelhantes, com a forma de dois discos unidos por um braço em losango, e ligados uma à outra por uma pequena régua. A meio da posterior está fixado um pássaro, de bico comprido e rabo largo virado para cima, com uma borla de algodão na cabeça. A meio de cada disco da peça anterior está aplicada uma lâmpada eléctrica, como elemento decorativo. Pintada de cor azul-escuro, branco e vermelho, em linhas espiraladas e triangulos."
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Adorno de cabeça
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  • Nº de Inventário: AD.555
  • Museu: Museu Nacional de Etnologia
  • Super Categoria: Etnologia
  • Categoria: Ritual
  • Autor: Autor não identificado
  • Dimensões: Comp: 140, Alt: , Larg: 98,
  • Descrição: «Adorno de cabeça em madeira constituída por uma tábua de forma triangular, representando de forma estilizada a cabeça de um peixe serra, com a parte terminal guarnecida por uma autêntica lâmina córnea serrilhada do dito peixe. Na base do triangulo, presa por fios de fibras vegetais, apresenta uma calote esférica, para adaptação da peça à cabeça do portador da máscara. Uma franja de fibras vegetais cobre a calote. Secção de cordas de fibras vegetais servem de dispositivos de fixação. Numa face do triângulo, em alto relevo, distingue-se uma cabeça, com olhos representados por tachas, e focinho prolongado em agulha.
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Adorno de cabeça
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  • Nº de Inventário: AK.860
  • Museu: Museu Nacional de Etnologia
  • Super Categoria: Etnologia
  • Categoria: Ritual
  • Autor: Autor não identificado
  • Dimensões: Comp: 46, Larg: ,
  • Descrição: Adorno de cabeça formado por uma placa de madeira arqueada a meio, com as pontas abertas em asa, numa estilização zoomórfica. A meio, sobre o arco, está montado uma figura híbrida antropo-zoomórfica, com a cabeça (humana voltada para a frente; de cada lado, sobre a aresta da placa vêem-se duas figuras de peixe tubarão-martelo, simétricas, voltadas uma para a outra. Da base do arco pendem fartas borlas de ráfia. Nas duas faces de placa estão esculpidas diversas figuras esquemáticas de peixes e crustáceos e uma ave. Madeira pintada de branco e vermelho. A peça está partida e atada por arames; faltam já alguns elementos à figura central.
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Machado
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  • Nº de Inventário: AK.892
  • Museu: Museu Nacional de Etnologia
  • Super Categoria: Etnologia
  • Categoria: Ritual
  • Autor: Autor não identificado
  • Dimensões: Comp: , Alt: 41, Larg: ,
  • Descrição: Machado com lâmina de ferro e cabo de madeira. No cabo encontra-se esculpida a figura feminina com seios salientes e mãos apoiadas neles, saia de franja curta e cinto acima do umbigo.
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Adorno de cabeça
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  • Nº de Inventário: AD.582
  • Museu: Museu Nacional de Etnologia
  • Super Categoria: Etnologia
  • Categoria: Ritual
  • Autor: Autor não identificado
  • Dimensões: Alt: 28, Larg: ,
  • Descrição: Adorno de cabeça constituído por um aro que liga dois arcos de madeira em cruz. Esta estrutura é encimada por uma pequena tábua de recortes irregulares que suporta a representação de uma pequena cabeça de vaca em madeira, com pontas de chifre naturais. Esta está pintada de preto com uma larga faixa branca a meio da cabeça, descendo até ao focinho. Da base da cabeça de vaca projecta-se uma varinha de madeira curva da qual pendem fitas de tecido.
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Colher
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  • Nº de Inventário: AD.643
  • Museu: Museu Nacional de Etnologia
  • Super Categoria: Etnologia
  • Categoria: Ritual
  • Autor: Autor não identificado
  • Dimensões: Comp: 49,5, Larg: 4,2,
  • Descrição: Colher em madeira, enegrecida de fuligem, com um lado espatulado e outro estilizando um concha (desprovidas das partes laterais). Entre a concha e a espátula, vê-se uma faixa entalhada (parcialmente obra de torno). No ponto, onde começa a parte espatulada vê-se a figuração de um par de seios.
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  • Nº de Inventário: AD.948
  • Museu: Museu Nacional de Etnologia
  • Super Categoria: Etnologia
  • Categoria: Ritual
  • Autor: Autor não identificado
  • Dimensões: Comp: , Alt: 39,
  • Descrição: Escultura de madeira, representando um busto humano, de rosto prógnato, olhos e pupilas salientes, metálicas, nariz comprido. Está recoberto por uma camada de argila. Ao pescoço tem uma espécie de colar de 3 voltas de corrente metálica.
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Escultura
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  • Nº de Inventário: AD.990
  • Museu: Museu Nacional de Etnologia
  • Super Categoria: Etnologia
  • Categoria: Ritual
  • Autor: Autor não identificado
  • Dimensões: Comp: , Alt: 38,5, Larg: ,
  • Descrição: Escultura de madeira, recoberta por uma pasta escura. Corpo cilindriforme, encimado por uma cabeça humana, de rosto prognático e olhos de chapa. Em volta do pescoço tem uma corrente metálica.
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Máscara
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  • Nº de Inventário: AK.828
  • Museu: Museu Nacional de Etnologia
  • Super Categoria: Etnologia
  • Categoria: Ritual
  • Autor: Autor não identificado
  • Dimensões: Comp: 39, Alt: 34, Larg: 54,
  • Descrição: Máscara de madeira figurando de forma realista uma cabeça de vaca, com chifres naturais, olhos de vidro escuros, orelhas de pele com o pêlo à vista, boca entreaberta com a língua de fora. Tem palicada na parte superior e posterior, uma peça de madeira, em forma de aduela curva, formando o cachaço. Na base dos chifres apresenta um aneis de fibras franjadas. O focinho é atravessado através das narinas por um cordão que ata atrás no cachaço. Do extremo desta corda pedem duas franjas, adornadas por folhas de palmeira e por um pássaro estilizado de madeira. Este apresenta bico comprido e rabo dobrado para cima a abrir em leque e está pintado de preto e branco. Franjas de tiras de folha de palmeira pendentes da mandíbula; aneis franjados de fibras vegetais na base dos chifres. Focinho pintado de preto e branco e um triângulo no meio da testa.
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Colher
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  • Nº de Inventário: AD.646
  • Museu: Museu Nacional de Etnologia
  • Super Categoria: Etnologia
  • Categoria: Ritual
  • Autor: Autor não identificado
  • Dimensões: Comp: 45, Larg: ,
  • Descrição: Colher em madeira, enegrecida de fuligem, que apresenta uma representação de uma figura feminina, com o penteado característico das raparigas Bijagó, curto, direito pelas orelhas e coberto de ocre; com os seios salientes.
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Na presença dos espíritos: arte africana do Museu Nacional de Etnologia
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  • Museu: Museu Nacional de Etnologia
  • Categoria: Fontes escritas
  • Descrição: Catálogo da exposição Na presença dos espíritos: arte africana do Museu Nacional de Etnologia, decorrida entre 27 de Fevereiro de 2002 e 23 de Março de 2003, publicado em simultâneo com a exposição homónima organizada pelo Museum for African Art, Nova Iorque em colaboração com o Museu Nacional de Etnologia.
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In the presence of spirits: african art from the national museum of ethnology
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  • Museu: Museu Nacional de Etnologia
  • Categoria: Fontes escritas
  • Descrição: Versão inglesa do catálogo da exposição Na presença dos espíritos: arte africana do Museu Nacional de Etnologia, decorrida entre 27 de Fevereiro de 2002 e 23 de Março de 2003, publicado em simultâneo com a exposição homónima organizada pelo Museum for African Art, Nova Iorque em colaboração com o Museu Nacional de Etnologia.
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Eraminhôs num altar
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  • Museu: Museu Nacional de Etnologia
  • Categoria: Fotografia
  • Autor: Victor Bandeira
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Jovens da classe pré-iniciática "cabaro" com máscaras "vaca-bruto"
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  • Museu: Museu Nacional de Etnologia
  • Categoria: Fotografia
  • Autor: Victor Bandeira
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Jovem da classe pré-iniciática "cabaro" com máscara "kaissi", representação de um peixe-serra
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  • Museu: Museu Nacional de Etnologia
  • Categoria: Fotografia
  • Autor: Victor Bandeira
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Jovem da classe pré-iniciática "canioca" com máscara "vaca-bruto" ou "Gn'opara"
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  • Museu: Museu Nacional de Etnologia
  • Categoria: Fotografia
  • Autor: Victor Bandeira
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Jovem da classe pré-iniciática "cabaro"com máscara "Oma", uma representação de um tubarão
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  • Museu: Museu Nacional de Etnologia
  • Categoria: Fotografia
  • Autor: Victor Bandeira
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Jovem Bijagó com adorno de costas com a forma de proa de barco
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  • Museu: Museu Nacional de Etnologia
  • Categoria: Fotografia
  • Autor: Victor Bandeira
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Jovens da classe pré-iniciática "cabaro" com máscara "vaca-bruto"
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  • Museu: Museu Nacional de Etnologia
  • Categoria: Fotografia
  • Autor: Victor Bandeira
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Uso de um adorno de costas por um jovem Bijagó não iniciado
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  • Museu: Museu Nacional de Etnologia
  • Categoria: Fotografia
  • Autor: Victor Bandeira

Apresentação


De entre as diversas culturas da República da Guiné-Bissau, a cultura Bijagó consiste numa das que maior visibilidade assume para o exterior, em particular pela importância que a região que habita assume como destino turístico desde as últimas décadas, mas também pelos diferentes estudos que a disciplina antropológica sobre ela tem desenvolvido.

O arquipélago Bijagó insere-se na região administrativa de Bolama-Bijagós, que se divide em 4 sectores: Bolama, Bubaque, Caravela, Uno. Foi classificado em 1995 pela UNESCO como Reserva da Biosfera. A ilha de Bolama é a mais povoada, reunindo mais de um quarto da população da região, seguida de Bubaque, o segundo centro urbano mais importante do arquipélago que foi durante o regime colonial o seu centro administrativo. As duas ilhas têm uma população muito diversa, predominando nas restantes o grupo cultural Bijagó, a par de uma minoria migrante Papel, Manjaca e Balanta, proveniente do continente, e do grupo Nhominca, pescadores oriundos do Senegal. Estes grupos migrantes estabeleceram-se nas ilhas em aldeamentos independentes dos Bijagós, raramente coabitando com estes. Segundo dados apresentados pelo Ministério do Turismo da Guiné-Bissau, o grupo Bijagó corresponde a 90% da população do arquipélago.

Diversos autores assinalam uma marcada heterogeneidade linguística, social e cultural entre as ilhas do arquipélago, devido ao isolamento de algumas aldeias (tabancas) e ao relacionamento preferencial que outras estabeleceram entre si ao longo dos anos. A sua organização política e social assenta num sistema de classes de idade que define hierarquias e o estatuto dos indivíduos, tendo o conselho de anciãos, da aldeia ou de um conjunto de aldeias, como instância de decisão máxima para as questões da vida de todos, e as terras como propriedade comum.

Os rituais com máscaras são uma das expressões culturais de maior visibilidade do sistema de organização social que tem estruturado a comunidade Bijagó, segundo o qual os homens estão sujeitos a uma hierarquia de classes de idade desde muito novos. A progressão pelos sucessivos grupos etários até ao estatuto de homem adulto, é fortemente marcada, até certa idade, por períodos de reclusão, mais ou menos longos, no exterior das aldeias, para receberem conhecimentos dos mais velhos; e pela participação em apresentações públicas nas quais se interligam elementos como música, canto e dança. Estas atuações são verdadeiras performances, através das quais os protagonistas exprimem os valores e a conduta moral que a comunidade exige de si. As máscaras que usam evidenciam por si só a fase de maturidade em que se encontram os indivíduos. Estas podem representar animais aquáticos, como o peixe-serra e o tubarão, ou animais terrestres, como a vaca, o boi ou o búfalo. Quando mais leves e pequenas, são atribuídas aos mais jovens, simbolizando a sua fragilidade e inexperiência. As máscaras maiores, mais pesadas e de aparência mais feroz são atribuídas aos rapazes mais velhos, e representam a pujança física, arrojo e exuberância da juventude ainda indomada característicos de uma fase imediatamente anterior à iniciação ("fanado"). O despojamento mais tardio do colorido e da complexidade dos trajes no homem adulto traduz a valorização da sabedoria e poderes rituais próprios dos anciãos.

Ainda que os Bijagós considerem que as mulheres não sejam iniciadas, para que estas atinjam o estatuto de mulheres adultas plenas (mulheres "grandes") devem passar por momentos performativos públicos ritualizados na aldeia. Estes consistem em momentos de possessão dos espíritos dos rapazes que morreram antes de serem iniciados. Aqui elas chamam-se "defuntos" e incarnam uma identidade masculina patente em alguns adornos semelhantes aos dos rapazes, nomeadamente, através do uso de sabres, espadas, bastões, escudos e machados. Esta prática decorre da crença que o espírito de um homem que morre antes de ser considerado adulto, permanecerá errante junto do mundo dos vivos, tornando-se uma energia perigosa na aldeia, causadora de doenças e mortes. São as mulheres que têm a capacidade de mediarem os dois mundos e de restabelecerem o equilíbrio. Através de rituais de possessão elas concluem o ciclo iniciático daqueles que morreram.

Em décadas recentes têm vindo a esbater-se alguns dos seus mecanismos sociais e culturais sob a ação de diferentes fatores, como a ação da colonização portuguesa, alterações na sua economia e política nacional, e a crescente resistência das gerações mais novas à imposição do pesado conjunto de obrigações e interdições ditado pelo sistema tradicional, levando muitos a migrarem em direção a Bubaque, Bissau ou Lisboa, entre outros destinos.

Destacamos aqui uma pequena selecção de peças de um total de cerca de 900 objetos de proveniência Bijagó que compõem a coleção do Museu Nacional de Etnologia. Esta escolha partiu da selecção já apresentada anteriormente na exposição “Na Presença dos Espíritos: arte africana do Museu Nacional de Etnologia”, organizada pelo Museum for African Art de Nova Iorque em 2000, com o título “In the Presence of the Spirits: african art from the National Museum of Ethnology e apresentada em Lisboa em 2002, com o respectivo catálogo. Publicam-se agora algumas imagens de terreno captadas pelo coletor da maior parte da coleção, Victor Bandeira, no final da década de 1960, durante as suas deslocações à Guiné-Bissau.

Ficha Técnica


Texto e inventário:
Ana Botas

Imagens principais dos objetos:
Dick Beaulieux

Imagens de terreno:
Vitor Bandeira, 1960-1970

Bibliografia:
Duquette, Danielle Gallois - Dynamique de l'art bidjogo (Guinée-Bissau): contribution a une anthropologie de l'art des sociétés africaines. Lisboa: IICT, 1983
DUQUETTE, Danielle Gallois - "Introdução aos Bijagós da Guiné-Bissau". In HERREMAN, Frank (ed.) - Na Presença dos Espíritos: arte africana do Museu Nacional de Etnologia. Lisboa, Nova Iorque: Museum of African Art, 2000.
HENRY, Christine - Les îles où dansent les enfants défunts. Âge, sexe et pouvoir chez les Bijogo de Guinée-Bissau, Paris: CNRS-Éditions, 1994.
HENRY, Christine - "Danses et travestissements bijago (Guinée-Bissau)" in: Mascarades et Carnavals. Paris: Musée Dapper, 2011