Alegoria da Visão

• Museu: Museu Nacional do Azulejo
• Nº de Inventário: MNAz 6345 Az
• Super Categoria: Arte
• Categoria: Cerâmica
• Autor: P.M.P. / Mestre P.M.P. (act.1717 - 1730)
• Datação: 1700/1730
• Técnica: Faiança
• Dimensões (cm): Alt. 86 x Larg. 130,5 x Esp. 4,5
• Descrição: Painel de azulejos de composição figurativa em faiança monocromática: azul sobre branco. Alegoria á Visão. Representação galante enquadrada por um jardim limitado por pavilhão com nichos e estátuas, e cerca e árvores, com fontanário central. Em primeiro plano uma dama sentada num banco, envergando vestes faustosas, segura um camafeu com um retrato masculino. Ao seu lado um pequeno cão. Em segundo plano, passeando no jardim, uma senhora e um cavalheiro de toucado alto. No topo, cercadura com enrolamentos de acanto e par de putii central.
• Origem/Historial: Imagem caraterística da obra azulejar do Mestre P.M.P., pintor ativo nas olarias de Lisboa no 1º quartel do século XVIII, esta alegoria à Visão reflete claramente o mundo galante tão do seu agrado e carateriza, em simultâneo, a sociedade da época. Este era um tempo de gestos codificados, linguagens secretas, cuja arma de eleição, no que às mulheres diizia respeito, era o leque que ambas as figuras femininas seguram. Nenhum objeto foi tão útil e possui um código de gestos tão complexo como o leque, empregue no discurso galante dos século XVIII e XIX como forma de ultrapassar a rigidez da etiqueta e de comportamentos claramente tipificados. O painel surge como que reflectindo dois momentos, a personagem que segurando o retrato do amado evoca, em segundo plano, um momento do seu relacionamento num jardim, junto de uma fonte. A figura feminina lembra uma gravura de Robert Bonnart (1652-1733), artista cujas imagens influenciaram profundamente a obra azulejar do Mestre P.M.P., na qual ela surge como uma alegoria à Visão, um dos cinco sentidos.
• Incorporação: Adquirido à Congregação das Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre
• Centro de Fabrico: Lisboa, Portugal