Técnica: Tecido 1: lavrado, anelado de duas alturas.
Tecido 2:lavrado de fundo de lhama
Bordado: bordado de aplicação, pontos de ouro estendido, pontos de seda, ponto lançado e ponto atrás (?), aplicação de cordãozinho. suporte: cetim
Dimensões (cm): Alt. 123 x Larg. 179
Descrição: Frontal de altar de tecido lavrado, de pequena dimensão.
Painéis com estrutura decorativa de grande dimensão com motivo central de alcachofra ou flor de cardo, rodeado por folhas retorcidas sobre si mesmas e inflorescência no topo. Envolvimento ogival (?) formado por tronco robusto onde se inserem flores, folhas e frutos. Num traçado subsidiário, representação, muito realista, de romã.
Na frontaleira e sebastos não é perceptível a estrutura ... Ver maisdecorativa. Provavelmente é um traçado de grande dimensão, em ogiva, com utilização do motivo da romã e motivos florais próximo do lotus e da flor do cardo, e de folhas retorcidas.
Na tira ornamental central, tem bordado um escudo com uma águia bicéfala. Segundo o consultor Artur Vaz-Osório da Nóbrega poderemos estar perante as armas de mercê nova concedidas a Gabriel Gonçalves, cavaleiro da Casa d' El-Rei, «cavaleiro de África», morador na cidade do Porto, onde foi almocharife, e senhor da honra de Gominhães, em Vizela (?). Tais armas foram-lhe concedidas,a 11 de Outubro de 1475, por D. Afonso V, tendo sido registadas na Chencelaria deste monarca, no livro 30, a fl. 20 v. (cf. Armaria Portuguesa, por Anselmo Braamcamp Freire), e de cujo registo consta a descrição das armas, a qual se segue conforme as regras da Heráldica: De azul, com águia de duas cabeças de ouro, sustendo nas garras uma cabeça de Mouro de carnação, e um cordão de S. Francisco de sua cor, posto em orla (estando este cordão ausente na peça armoriada); e sem timbre, por este não constar das cartas de brazão de armas do séc. XV.
Galão debruando toda a peça.
Franja de rede de fio dourado sobre tecido e franja de seda, aplicado na extremidade da frontaleira.