Descrição: Ara em granito de grão grosseiro, bastante erosiada. Tem moldura simples, com soco e cornija salientes. Tanto a base como o capitel foram desbastados aquando do seu reaproveitamento. Apresenta do lado esquerdo do capitel uma concavidade (tipo escória) que, se não admitirmos a possibilidade de estar inacabada, terá sido feita aquando do reaproveitamento , a não ser assim, teria capitel exageramente alto. Restos de massa do lado direito e, prin... Ver maiscipalmente do lado esquerdo.
Dimensões: 15 X 24(?) X 20
22,5 X 20 X 17,5
16 X 24(?) X 23
Campo epigráfico: 22,5 X 20.
LAEPO / V(otum). S(olvit). / BASSV / S VIRIA / TI. F(ilius).
Basso, filho de Viriato, cumpriu o voto a Lepo.
Altura das letras muito irregular: I 1:3,6/4,5, aumentando de L a P (O=3); 1.2: V=3,2 e S=3,7; 1.3:4/4,7, aumentando de B a V; 1.4:3,7/3, diminuindo de S a I, (A=4); 1.5:3,2. Espaços (irregulares):1:O; 2:2 em V e 1 em S; 3:0,5 em A, e 1,5 em V; 4: o,7; 5:1,2/0 (a base do A fica ao mesmo nivel que o topo das letras da ultima linha); 6:0.
A ordinatio, bastante deficiente, parece poder atribuir-se a dois momentos diferentes:
1º - inicialmente a gravação do teónimo, seguida de imediato da fórmula dedicatória.
2º - a gravação posterior da identificação do dedicante. De facto e mais vulgar o formulário da dedicatória aparecer no final do texto, pelo que, neste caso, talvez o monumento tivesse já gravadas as duas primeiras linhas enquanto se esperava um comprador - o que vem confirmar a existência de uma oficina local, pois só assim se compreende que, depois de se ter tido a preocupação de colocar a fórmula segundo um eixo de simetria, não se tenha procedido de igual modo com o resto do texto, nitidamente alinhado à esquerda. Não se obedeceu à divisão silábica (I.3/4).
Ductus muito irregular; os SS são esguios e inclinados para a direita; o O redondo, é bastante mais pequeno que as letras anteriores; o B tem a pança inferior mais pequena. S é vulgar E=II, já e o mesmo se não pode dizer de F= I.
Como Bassus é vulgar entre os cognomina latinos, e Viriatus é cognome próprio da região "Lusitana" estamos perante mais um caso de romanização da população indigena.
Origem/Historial: Doação de Andrade Pissarra, proprietário da Quinta de S. Domingos - Pousafoles do Bispo - sabugal, onde se encontrava a ara.
De notar que esta quinta fica situada no sopé do Cabeço das Fráguas onde existe uma inscrição rupestre e os vestigíos de um castro.
É provavel que aí tenha existido uma oficina epigráfica.
Desenhada em 14 de Junho de 2006 para o projecto de Investigação do Cabeço das Fráguas (Guarda). Projecto realizado pelo... Ver mais Instituto Arqueológico Alemão em colaboração com a Universidade de Lisboa e a Câmara Municipal da Guarda. Projecto desenvolvido de 12 a 23 de Junho de 2006.
Fotografada a 2 de Abril de 2007 pelo Instituto Arqueológico Alemão de Madrid.