Técnica: Tecido: lhama; bordado: ponto de ouro estendido, ponto de ouro relevado, canutilho, cordãozinho dourado, ponto de ouro matizado, lamina sujeita a fio de seda, lamina relevada; franja: fio laminado dourado torcido; forro: tafetá.
Dimensões (cm): Alt. 148 x Larg. 303
Descrição: Peça bastante ampla em lhama de seda vermelha constituida por sebasto e capuz bordados e campo liso.
No sebasto, partindo de ambos os lados da peça em direcção ao centro, desenvolve-se uma sequência de grossas hastes curviformes que formam reservas a ornatos de acanto com folha central e duas laterais. O centro do sebasto é "fechado" por uma flor polilobada alongada. Em ambas as extremidades apresentam-se as armas eclesiásticas: No escudo destacam-se ao centro, uma estrela de 8 pontas encimada por uma coroa, ladeada por dois ramos de louro, destacando-se na base o monograma "M". Sobre este conjunto, um chapéu cardinalicio com 2 ordens de 6 borlas de cada lado.
Um filete dourado e um friso de ornatos flordelizados repetitivos contornam o perímetro do sebasto.
O capuz apresenta elementos idênticos ao sebasto completados lateralmente por enrolamentos floridos. Um friso idêntico ao descrito contorna todo o capuz, sendo rematado por franja dourada.
Forro de seda vermelha.
Origem/Historial: Segundo Marques Gomes, trata-se de um conjunto de paramentos de industria espanhola, pertença de uma catedral espanhola. Estas iam na bagagem do rei D. José, quando da sua retirada para França. Faziam parte dos dois mil carros de bagagem que ele deixou abandonada perto de Victória após o brilhante feito de armas com que naquela cidade em 21 de Junho de 1813, as tropas portuguesas se cobriam de glória. Uma grande parte daqueles despojos foram arrecados pelos soldados vencedores, em cujo nº se contava o batalhão de caçadores 10, que finda a grande campanha passou a ter o seu quartel em Aveiro,. Foram os oficiais inferiores deste batalhão que trouxeram para o convento estes paramentos.
Incorporação: Transferência/disposição legal
Bibliografia
Catálogo da Exposição de Arte Religiosa no Collegio de Santa Joana Princeza em beneficio dos pobres de Aveiro. Aveiro: Minerva Central, 1895
GONÇALVES, António Nogueira - Inventário artístico de Portugal- Distrito de Aveiro - zona sul, Academia Nacional de Belas Artes. Lisboa, vol. VI: 1959
GOMES, J. Marques, “Museu Regional de Aveiro”, in, Ilustração Moderna, ed. Marques Abreu, Porto, 1º ano 1926, nº 2, Junho