Cabeçada e cisgola do Arreio de montada de cavalaria para Cortesias da Família Mascarenhas

• Museu: Museu Nacional dos Coches
• Nº de Inventário: A 1731
• Super Categoria: Arte
• Categoria: Meios de transporte
• Autor: Autor desconhecido (-)
• Datação: 1830/1855
• Técnica: Latão fundido em molde e soldado.
• Dimensões (cm): Comp. 90,5 / 73 (c/ e s/ base do cocar) x Alt. c. 29 x Larg. c. 27
• Descrição: Cabeçada de couro revestida a veludo de seda azul petróleo, com aplicações e pendentes em latão. A focinheira possui, ao centro, uma placa losangular de couro, que serve de suporte à aplicação metálica vazada e decorada com motivos concheados, aletas e pequenas flores relevadas. Dois dos vértices são marcados por búzios estilizados. Na extremidade inferior, quatro pendentes em forma de concha fluem de pequenas bases flordelizadas sobre as correias laterais, pequenas chapas em "cauda de andorinha", alternam com botões bastante relevados, formando friso contínuo; aquelas são decoradas com aletas entrecruzadas e quatro pequenas folhas, e estes com aletas e motivos concheados. A testeira é em tudo idêntica à focinheira, tendo uma estrela de cinco pontas cravada ao centro da placa de couro. A placa central, ligada à focinheira e ao frontal por quatro tiras de couro cruzadas e outras tantas correntes de latão (cada uma constituída por quatro estrelas de cinco pontas), apresenta um medalhão ovalado e convexo, circundado por motivos vegetalistas, onde se inscreve o monograma referido. Também aqui existem quatro pendentes em forma de concha, dois de cada lado da placa. Entre a cachaceira e a testeira, uma placa hexagonal de couro, igualmente revestida a veludo, com correia destacada, munida de fivela e guarnições metálicas do tipo acima descrito. Ao centro da cachaceira, o suporte do cocar (do qual resta a estrutura em madeira) imita uma tulipa aberta. Este, encontra-se aparafusado a uma base cilíndrica, cravada sobre o próprio couro. As faceiras possuem três pares de passadeiras altas e duas fivelas, todas elas ornamentadas com motivos fitomórficos. No ponto de intersecção do frontal com a cisgola, uma aplicação semiesférica de grandes dimensões, decorada com quatro medalhões ovais e folhagem formando padrão geométrico. As duas correias da cisgola, para além das passadeiras, fivelas e friso decorativo, são unidas por larga braçadeira de secção rectangular, de faces delimitadas por encordoado e um medalhão central. Uma esfera achatada, adornada com delicados motivos vegetalistas remata inferiormente a cisgola e tem suspensa uma borla em latão, oca no interior. Peça de Arreio de cortesias isto é um arreio de montada de cavalaria, ricamente adornado, com que são ajaezados os cavalos para o desfile inicial da corrida de touros à portuguesa designado por cortesias.
• Origem/Historial: Arreio de Cortesias da Família Mascarenhas (casa de Fronteira e Alorna- Marqueses de Fronteira e/ou Condes da Torre). Oferta de D. Julieta Penalva Mascarenhas, viúva de D. José de Mascarenhas (1882-1944), 11º Conde da Torre, pai do 9º Marquês de Fronteira. Terá pertencido a Carlos de Mascarenhas (1803-1861), militar associado ao movimento liberal e Gentil-Homem de D. Pedro V, chefe da actual linha familiar da Casa de Fronteira e Alorna e irmão de D. José Trasimundo(?) Mascarenhas (1802-1881) 7º Marquês de Fronteira. Esta montada oitocentista foi utilizada já no século XX pelos cavaleiros tauromáquicos D. Rui da Câmara (filho mais novo do 10º Conde da Ribeira Grande) e D. José de Mascarenhas, Conde da Torre.
• Incorporação: Condessa da Torre, D. Julieta Penalva Mascarenhas.