Cabeçada do Arreio de montada de cavalaria para cortesias do 4º Marquês de Castelo Melhor

  • Museu: Museu Nacional dos Coches
  • Nº de Inventário: A 3173
  • Super Categoria: Arte
  • Categoria: Meios de transporte
  • Autor: Autor desconhecido (-)
  • Datação: 1825/1850
  • Técnica: Metal branco fundido em molde, soldado, vazado, puncionado e cinzelado.
  • Dimensões (cm): Alt. 64 (c/ cadeia) x Larg. 51
  • Descrição: Cabeçada armoriada em veludo de seda carmesim, franjada a fio de seda tricolor (branco, vermelho e castanho) de dois cabos com torção em "S", com fivelas, argolas, ganchos e guarnições em metal branco. Possui antolhos semicirculares assentes sobre as faceiras e frontal fixo, de recorte contracurvado, unindo a cachaceira à focinheira. Tanto os antolhos como o frontal apresentam, ao centro, o escudo dos marqueses de Castelo-Melhor circundado por moldura fitomórfica que define os contornos de um quadrado, interrompido num dos vértices pelo coronel. Ao escudo do frontal liga-se, por meio de gancho encurvado, uma placa de secção elíptica decorada com aletas e motivos vegetalistas sobre estrias puncionadas. Esta, possui um segundo gancho soldado à extremidade inferior que encaixa na placa oblonga da focinheira, de recorte polilobado e fundo estriado; da decoração fazem parte aletas, folhas de acanto, um laço e um florão ovalado entre ramo de carvalho e palma. Duas argolas circulares (65 mm) estabelecem a ligação entre a focinheira, as faceiras e as tiras que fecham a cabeçada, a mais pequena das quais munida de fivela recortada. Quatro fivelas idênticas completam a peça: duas na cisgola e uma em cada faceira. Da extremidade anterior das faceiras fluem dois ganchos formados por argola quadrangular e espigão encurvado, um dos quais partido. A meio da testeira repete-se o escudo francês, agora de dimensões reduzidas e enquadrado por motivos fitomórficos e concheados vazados e puncionados. Pelo contrário, a cachaceira não possui qualquer placa metálica e, em seu lugar, surge uma passadeira de veludo e uma pequena fivela quadrangular em ferro polido, que fixa o frontal. Na parte posterior da cabeçada, em baixo, uma cadeia constituída por dois elos circulares e um elíptico, da qual pende uma corda parcialmente envolta por fios vermelhos e roxos. Peça de Arreio de cortesias isto é um arreio de montada de cavalaria, ricamente adornado, com que são ajaezados os cavalos para o desfile inicial da corrida de touros à portuguesa designado por cortesias.
  • Origem/Historial: As coroas de marquês que decoram a cabeçada permitem-nos relacionar este arreio com o 4º Marquês de Castelo Melhor, D. João de Vasconcelos e Sousa Câmara Caminha Faro e Veiga (1841-1878). Foi Reposteiro-Mor e recusou a mercê de Par do Reino, que recebera por Carta de 6 de Maio de 1874. Estimado por D. Luís I, deixou o seu nome ligado à história da tauromaquia portuguesa, depois de ter toureado pela primeira vez em 1865, na Praça do Campo de Santana. Tomou também parte na tourada realizada a favor das vítimas da guerra civil de Espanha, em 1874, e foi um dos fundadores do Clube Tauromáquico. Nunca casou, deixando uma filha legitimada por declaração testamentária.
  • Incorporação: António Amaral de Figueiredo.

Bibliografia

  • DOMINGUES-HELENO, Manuel H., Tourada Tradição Portuguesa, Barcelona, Clube El rei D.Duarte I, 2010