Peitoral de Arreio de montada de cavalaria para cortesias do 4º Marquês de Castelo Melhor, 2º

  • Museu: Museu Nacional dos Coches
  • Nº de Inventário: A 3183
  • Super Categoria: Arte
  • Categoria: Meios de transporte
  • Autor: Autor desconhecido (-)
  • Datação: Século 18
  • Dimensões (cm): Comp. ?
  • Descrição: Peitoral em couro, revestida a fita de seda carmesim, com fivelas, passadeiras e guarnições em metal branco. As fivelas, em número de dois, têm secção sub-rectangular e são decoradas com aletas, folhagem e motivos concheados ao estilo rocaille. As passadeiras, dispostas em grupos de três ao longo das correias que compõem a cabeçada, têm secção triangular (as das extremidades) e elíptica, a central; todas são ornamentadas com aletas e motivos vegetalistas do mesmo estilo e as primeiras apresentam ainda uma pequena semiesfera. Na correia central entre as fivelas encontram-se dispostos (segundo uma disposição simétrica em relação ao eixo do peitotal) dois botões em forma de quadrifólio relevado, inscrito num quadrado definido por quatro pétalas bilobadas e vazadas e, duas pequenas placas losangulares em metal branco, vazada e decorada com com motivos fitomórficos e concheados. Ao centro encontram-se dois furos onde terá estado, provavelmente, placa oblonga e vazada com o escudo do marquês tal como no centro da testeira da respectiva cabeçada. As extremidades das correias associadas à correia central pelas fivelas prolongam-se e retornam formando uma "passadeira" por onde esta prenderia à sela ou cilhas. De cada uma das zonas onde estão aplicadas as passadeiras parte uma outra correia, obliquamente, com o dobro da largura inicial numa primeira parte (duas fitas cosidas lado a lado), terminando em ponta triangulada com furações para prender em fivelas, possivelmente, da sela. Peça de Arreio de cortesias isto é um arreio de montada de cavalaria, ricamente adornado, com que são ajaezados os cavalos para o desfile inicial da corrida de touros à portuguesa designado por cortesias.
  • Origem/Historial: As coroas de marquês que decoram a cabeçada associada a este arreio permitem-nos relacionar este arreio com o 4º Marquês de Castelo Melhor, D. João de Vasconcelos e Sousa Câmara Caminha Faro e Veiga (1841-1878). Foi Reposteiro-Mor e recusou a mercê de Par do Reino, que recebera por Carta de 6 de Maio de 1874. Estimado por D. Luís I, deixou o seu nome ligado à história da tauromaquia portuguesa, depois de ter toureado pela primeira vez em 1865, na Praça do Campo de Santana. Tomou também parte na tourada realizada a favor das vítimas da guerra civil de Espanha, em 1874, e foi um dos fundadores do Clube Tauromáquico. Nunca casou, deixando uma filha legitimada por declaração testamentária. Segundo as suas características decorativas a peça parece ser anterior ao 4º Marquês de Castelo-Melhor.
  • Incorporação: António Amaral de Figueiredo